Desde sábado (1°), crocheteiras do Lajedo do Marinho, Zona Rural do município de Boqueirão, no Cariri paraibano, estão se capacitando com o renomado estilista Ronaldo Fraga — numa grande ação do Governo da Paraíba, por meio da Secretaria de Estado do Turismo e Desenvolvimento Econômico (Setde)/Programa do Artesanato Paraibano (PAP), em parceria com o Sebrae-PB e a Prefeitura de Boqueirão. A consultoria se encerra nesta quarta-feira (5), como um grande estímulo à inovação e ao empreendedorismo. 
 
Além de fortalecer a tipologia, a consultoria terá como resultado uma grande coleção que será apresentada em um desfile durante o 41° Salão do Artesanato Paraibano, que será realizado na Orla de João Pessoa, de 8 de janeiro a 1° de fevereiro de 2026 — as peças que estão sendo desenvolvidas pelas crocheteiras em cocriação com Ronaldo Fraga prometem encantar e surpreender paraibanos e turistas que visitarem o evento, considerado uma das maiores oportunidades de geração de renda para os artesãos, já que ocorrerá em plenas férias.
 
A presidente de Honra do PAP e primeira-dama do Estado, Ana Maria Lins, destacou que a consultoria faz parte das ações do Governo da Paraíba para fortalecer o artesanato. “É com sentimento de enorme alegria que o Programa do Artesanato Paraibano oferece mais esta grande oportunidade de capacitação — desta vez para as crocheteiras de Boqueirão. É um trabalho de incentivo que não para. Os mosaicistas, os homenageados da próxima edição do Salão do Artesanato, terão consultoria com Sergio Matos. E, agora, Ronaldo Fraga volta mais uma vez ao Cariri para esse novo momento de inovação”, acrescentou, agradecendo as parcerias com o Sebrae e a Prefeitura de Boqueirão.
 
Para a secretária da Setde, Rosália Lucas, a consultoria para as crocheteiras do Lajedo do Marinho fortalece ainda mais o roteiro turístico da região. “O trabalho de Ronaldo Fraga com as crocheteiras do Lajedo do Marinho vai consolidar ainda mais o roteiro turístico da região, que já vem sendo divulgado e prestigiado por muitos interessados que visitam a Paraíba. Nossa intenção é justamente fortalecer a produção associada e o turismo de base comunitária. O Artesanato é uma estratégia incrível sobretudo porque, além de ser a lembrança que o turista pode levar, oferece a experiência cultural que é guardada como memória afetiva: a gente não esquece aquilo que a gente vive”, ressaltou.
 
Já Marielza Rodriguez, gestora do PAP, observou que as oficinas criativas estimulam a inovação dos produtos para um mercado cada vez mais competitivo. “As oficinas criativas com os grupos artesanais e designers fazem parte da estratégia do PAP para estimular a inovação dos produtos e a melhoria dos processos, fomentando a renovação da oferta para um mercado consumidor cada vez mais competitivo. Com certeza as novas coleções irão incrementar significativamente as vendas do próximo Salão”, disse.
 
Analista do Sebrae, Andréa Souza destacou: “O Sebrae não poderia deixar de apoiar uma atividade como essa que estimula a inovação e o empreendedorismo dessas mulheres de garra que tanto representam o povo de Cariri. O Lajedo do Marinho e suas crocheteiras já despontam como referência de roteiro turístico de experiência na Paraíba e, com certeza, todos vislumbramos abertura de mercado no cenário nacional.”
 
Cariri como inspiração — Para Ronaldo Fraga, estar de voltar mais uma vez ao Cariri, fonte de inspiração, não é um retorno. “Desde que vim pela primeira vez ao Cariri paraibano, há 20 anos, esse lugar passou a habitar em mim. Por isso, não vejo como um retorno, pois desde então nunca mais parti”, ponderou.
 
As crocheteiras do Lajedo do Marinho são velhas conhecidas do estilista e designer, mas esta é a primeira vez que Ronaldo trabalha com elas. “Se as pedras do Lajedo são as guardiãs da memória do lugar, as crocheteiras são as guardiãs dos saberes manuais. Os primeiros dias de oficina têm sido marcados pela paixão e entrega total do grupo, e o ritmo de produção tem me surpreendido”, contou Fraga.
 
Sobre o objetivo da oficina criativa, ele foi enfático: “O objetivo é a aculturação do design através do crochê, resultando em peças com identidade e reafirmação da cultura local. Convidei-as a um desafio, que é mimetizar no crochê um pouco da grandiosidade da natureza local”, contou.
 
Maria Suelene de Oliveira faz crochê desde a adolescência — bem antes de ter a honra, como ela mesma faz questão de ressaltar, de ser moradora do Distrito do Marinho. “Essa oficina com Ronaldo Fraga está sendo uma experiência incrível e de muito aprendizado para todas nós. Ele está mostrando um novo olhar sobre o nosso trabalho, ocasião em que a gente pode desenvolver peças agregando o que temos ao nosso redor. Estamos gratas por essa oportunidade que o PAP está nos proporcionando”, acrescentou.
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