O Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) lançou uma lista com os criminosos mais perigosos procurados pela polícia brasileira. Ao todo, são 216 pessoas indicadas pelas secretarias de Segurança de cada um dos estados. São indivíduos com vários mandados de prisão em aberto, considerados de alta periculosidade e, em vários casos, ligados a facções criminosas. Diversos procurados são pessoas que cometeram homicídios graves.
É a primeira vez que um órgão federal organiza uma lista de pessoas procuradas por crimes investigados em âmbito estadual. Como crimes comuns são de competência dos estados, não existe um banco oficial unificado com os dados de pessoas condenadas ou foragidas da Justiça. A lista divulgada na noite de segunda-feira, 8, do “Projeto Captura”, foi elaborada a partir do envio, por parte dos estados, de oito nomes considerados “mais perigosos”.
O banco de dados do Captura tem a fotografia da pessoa procurada, nome completo, CPF e data de nascimento, mas não diz o crime do qual ela foi acusada. O procurado mais conhecido da lista é André Oliveira Macedo, o “André do Rap”. Líder do PCC e traficante internacional de drogas, ele foi solto em 2020 por meio de um habeas corpus concedido pelo então ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Marco Aurélio Mello. A decisão foi revogada no mesmo dia por Luiz Fux, então presidente da Corte, mas Macedo não foi mais encontrado e está foragido da Justiça há cinco anos.
Na lista de São Paulo, também estão três envolvidos com o assassinato de Antônio Vinicius Gritzbach, delator do PCC, executado a tiros no dia 8 de novembro, no Aeroporto de Guarulhos. Diego dos Santos Amaral, Emilio Carlos Gongorra Castilho e Kaue do Amaral Coelho estão na lista do Ministério da Justiça. Outros dois procurados são Horácio Nazareno Lucas, acusado de matar a filha a facadas em 2018, depois de ficar preso por ser denunciado por ela pelo crime de estupro, e Cícero Oliveira dos Santos, procurado por homicídio desde 1997.
Entre os procurados do Rio de Janeiro, há vários nomes bastante conhecidos. Um deles é o contraventor Adilson Oliveira Coutinho Filho, o “Adilsinho”, do Rio. Patrono da Salgueiro, ele comanda boa parcela do jogo do bicho e do contrabando de cigarros na região metropolitana da capital fluminense. Outro contraventor na lista é Bernardo Bello Pimentel Barboza, um dos bicheiros mais poderosos do país. Ele é acusado de mandar matar Alcebíades Paes Garcia, o “Bid”, irmão de seu sogro, para garantir a liderança nos negócios ilícitos da família.
Outro nome da lista é Álvaro Malaquias Santa Rosa, o “Peixão”, líder do Terceiro Comando Puro, que rivaliza o comando territorial do Rio com o Comando Vermelho (CV). Evangélico, ele batizou a comunidade sob seu domínio, na zona norte da capital fluminense, de Complexo de Israel. Com quase 80 anotações criminais, ele nunca foi preso. Também estão na mira Luciano Martiniano da Silva, conhecido como “Luciano Pezão”, um dos chefes do Comando Vermelho no Rio, e Edgar Alves de Andrade, conhecido como “Doca”, o número 2 da facção criminosa. Não à toa, o Ministério da Justiça vai montar um núcleo no Rio de Janeiro para acompanhar esses casos.
A lista completa dos criminosos mais procurados do país pode ser conferida neste link.
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