As Forças de Defesa de Israel (FDI) anunciaram neste sábado, 21, a morte de Saeed Izadi, chefe da Divisão Palestina da Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC), durante um ataque aéreo noturno na cidade de Qom.
Segundo as FDI, Izadi atuava como elo direto entre o regime iraniano e a liderança do Hamas, sendo responsável por coordenar apoio militar e financeiro ao grupo terrorista antes e durante a guerra iniciada em 7 de outubro de 2023.
O militar também mantinha contato com outras organizações palestinas armadas, tanto em Gaza quanto na Cisjordânia.
Ligação com o Hamas
Apontado como um dos arquitetos do ataque terrorista de 7 de outubro — que matou cerca de 1,2 mil pessoas em Israel — Izadi teria sido um dos poucos que sabiam da ofensiva com antecedência.
Durante o conflito, passou a comandar operações do Hamas a partir do Líbano e, segundo Israel, trabalhou para reconstruir a ala militar do grupo e garantir sua permanência no controle da Faixa de Gaza.
As FDI afirmam que Izadi era um dos principais idealizadores de um plano iraniano de duas fases para destruir Israel: primeiro, por meio de ataques com mísseis e foguetes lançados por aliados de Teerã em diferentes países do Oriente Médio; depois, com uma invasão em massa de combatentes vindos do Líbano, Gaza, Síria e Cisjordânia.
Além de Izadi, outro alto integrante da Força Quds foi morto em um bombardeio israelense no oeste do Irã.
Behnam Shahriyari, comandante da Unidade de Transferência de Armas do IRGC, era apontado como responsável pela entrega de armamentos a aliados do Irã em toda a região e pela movimentação de centenas de milhões de dólares por ano para organizações como o Hamas e o Hezbollah. Ele foi atingido enquanto viajava a mais de mil quilômetros da fronteira israelense.
“Justiça para os assassinados e os reféns”
O ministro da Defesa de Israel, Israel Katz, celebrou a morte de Izadi e classificou a operação como “uma grande conquista da inteligência e da Força Aérea”.
Segundo Katz, Izadi foi o responsável direto por financiar e armar o Hamas antes do massacre de 7 de outubro. “Justiça para os assassinados e os reféns. O braço longo de Israel alcançará todos os seus inimigos”, disse.
Katz também revelou que, em 2021, os líderes do Hamas Yahya Sinwar e Muhammad Deif enviaram uma carta ao comandante da Força Quds, Esmail Qaani, pedindo US$ 500 milhões para executar o plano de ataque a Israel.
Segundo o ministro, Izadi respondeu que o regime iraniano continuaria a apoiar o Hamas financeiramente, mesmo diante das dificuldades econômicas do país, porque a luta contra Israel e os Estados Unidos era sua “prioridade máxima”.
O Antagonista