Vivemos num tempo em que as fronteiras entre o que é cultura e o que é moral se tornam, muitas vezes, nebulosas. Em nome da liberdade e da autonomia individual, práticas antes consideradas impróprias são naturalizadas como “expressões sociais”. É nesse ponto que quero levantar uma reflexão.
Recentemente, observei os costumes de países como a Islândia, Suécia, Dinamarca e outros da Europa do Norte. Neles, a nudez em saunas, piscinas ou banheiros públicos é vista como algo culturalmente neutro. Crianças e adultos dividem espaços sem roupa, alegando não haver qualquer conotação sexual. Pode até parecer avançado ou liberal — mas a pergunta que carrego é mais profunda:
Será que esse tipo de exposição, ainda que culturalmente aceito, não abre brechas perigosas para que o mal se manifeste?
A Realidade dos Abusos
A maldade não nasce da cultura — nasce do coração do homem. A Bíblia já dizia:
“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?” (Jeremias 17:9)
Mesmo em países desenvolvidos, onde há educação, renda e estabilidade, o abuso infantil existe. E não é incomum que pedófilos de outras partes do mundo se aproveitem justamente da liberdade social e dos costumes abertos para agir com disfarce.
Isso é triste. E é real.
Aliás, vale um alerta importante: na Islândia, a idade de consentimento sexual é de 15 anos. Na Suécia e Dinamarca também. Já na Noruega e na Finlândia, esse limite é de 16 anos. Ou seja, em algumas dessas nações, um adolescente com 15 anos já é considerado legalmente capaz de consentir relações sexuais — algo que levanta discussões éticas e jurídicas importantes, especialmente quando envolvem adultos.
Pode ser legal, mas é moral? Pode ser permitido pela lei, mas é seguro emocional e psicologicamente para o menor?
O Turismo do Mal
É doloroso dizer, mas países de cultura liberal no trato do corpo e da sexualidade — como Islândia, Holanda, Tailândia, entre outros — são alvos constantes do chamado turismo sexual predatório.
Homens (e às vezes mulheres) viajam milhares de quilômetros apenas para explorar vulnerabilidades locais, muitas vezes escondidos atrás de vistos de turista, de câmeras ou de “projetos sociais”.
O mal é inteligente. Ele se disfarça. Ele se adapta.
E onde a vigilância é baixa ou a nudez é banalizada, ele pode encontrar espaço.
A Criança Precisa de Proteção, Não de Exposição
Enquanto cidadão brasileiro e cristão, defendo que a infância é sagrada. Criança não deve ser exposta à erotização precoce, nem em nome da arte, nem da cultura, nem da liberdade.
“Melhor lhe fora que lhe pusessem ao pescoço uma pedra de moinho e fosse lançado ao mar, do que fazer tropeçar a um destes pequeninos.” (Lucas 17:2)
É por isso que todo país, seja rico ou pobre, laico ou religioso, liberal ou conservador, precisa de leis fortes, de vigilância constante e, sobretudo, de princípios.
Liberdade sem princípios vira brecha
O problema não está na sauna, nem no banho público em si. O problema está quando a liberdade vira relativismo moral. Quando o corpo vira produto. Quando a inocência vira ruído.
E aí, sim, os predadores surgem.
Não falo isso por preconceito — falo por zelo.
Não falo contra países ou culturas — falo a favor das crianças.
Não basta ser moderno. É preciso ser ético.
Não basta parecer seguro. É preciso ser vigilante.
Não basta garantir liberdades. É preciso proteger os vulneráveis.
Que o Brasil — e o mundo — nunca deixe de ouvir o grito silencioso das crianças que não sabem dizer “socorro”, mas que carregam nos olhos a marca do trauma. E que, como sociedade, tenhamos a coragem de dizer: liberdade sim — mas com limites morais.
Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro