Uma autoridade palestina afirma que o Hamas aceitou nesta segunda-feira (26) nova proposta de cessar-fogo na guerra na Faixa de Gaza, segundo a agência Reuters, enquanto autoridades de Israel dizem que os termos são inaceitáveis.
A nova proposta, enviada ao grupo terrorista via mediadores, prevê uma trégua de 70 dias, retirada parcial de tropas israelenses do território palestino conflagrado, e a libertação de dez reféns em troca da soltura de detentos palestinos presos em Israel e entrada de mil caminhões de ajuda humanitária em Gaza.
Após relatos na imprensa de países árabes vizinhos de que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciaria nos próximos dias o novo cessar-fogo, autoridades de Israel rejeitaram o novo acordo.
“A proposta recebida por Israel não pode ser aceita por qualquer governo responsável. O Hamas estabelece condições impossíveis, que significam o fracasso dos objetivos de guerra e a incapacidade de libertar os reféns”, afirmou autoridade do governo à imprensa israelense.
De acordo com o jornal Times of Israel, essa autoridade diz que a proposta “não indica um desejo real de superar as lacunas entre as partes” e que Tel Aviv continua comprometida com o arcabouço proposto pelo enviado de Washington ao Oriente Médio, Steve Witkoff.
A proposta também estipula que as negociações para o encerramento do conflito seriam feitas durante o período de trégua, com o objetivo de estabelecer um governo no território palestino e criar as condições para o fim permanente da guerra.
“Acordos parciais são uma derrota para Israel que pode, e deve, ser evitada. Só há uma solução adequada e desejável: um acordo abrangente que trará de volta todos os 58 reféns e terminar a guerra. O governo pode alcançar isso amanhã de manhã, se assim escolher”, afirmou o Fórum de Famílias de Reféns e Desaparecidos, organização de familiares de vítimas do Hamas, em resposta aos relatos sobre a nova proposta.
O último cessar-fogo no conflito começou em 19 de janeiro e durou quase dois meses. No dia 18 de março, Israel rompeu a trégua com ataques renovados a Gaza, em meio a pressões de Tel Aviv e Washington e consequentes discordâncias com o Hamas sobre as fases seguintes do acordo.
Nesta segunda, novos ataques aéreos israelenses mataram mais de 50 pessoas, 33 delas deslocadas que se abrigavam em uma escola, de acordo com a Defesa Civil do território controlado pelo grupo terrorista.
Ataques de Israel à Faixa de Gaza nesta segunda-feira (26) mataram mais de 50 pessoas, 33 delas deslocados que se abrigavam em uma escola, afirmou a Defesa Civil do território palestino, controlado pelo Hamas.
O número de mortos em Gaza desde o início da guerra, em outubro de 2023, já ultrapassa 53 mil, segundo autoridades locais -a maioria dos óbitos seria de civis.
esde o fim do cessar-fogo iniciado em janeiro, a cifra voltou a crescer rapidamente, assim como a deterioração das condições do território, sob bloqueio total de ajuda humanitária imposto por Tel Aviv por quase 80 dias.
Os mortos no bombardeio à escola Fami Aljerjawi, no bairro de Daraj, na Cidade de Gaza, incluíam mulheres e crianças, segundo médicos do território. Em Jabalia, no norte de Gaza, socorristas recuperaram 19 cadáveres após um ataque atingir a casa de uma família, segundo o porta-voz da Defesa Civil, Mahmud Bassal.
O Exército de Israel disse que “terroristas importantes” estavam na escola bombardeada na Cidade de Gaza e que “tomou várias medidas para mitigar o risco de causar danos à população civil”. Afirmou também ter detectado três projéteis lançados a partir de Gaza nesta segunda, incluindo um que foi interceptado.
Israel (Foto: AP/Leo Correa)