A Queda do Muro de Berlim prometia uma era de ouro liberal. Contudo, nas últimas décadas, as democracias ocidentais foram sutilmente capturadas por elites tecnocratas com agenda progressista. As elites viraram as costas para o cidadão médio. E uma nova direita antiglobalista, um tanto populista, ascendeu nos escombros de uma guerra cultural.
O que aconteceu? Enquanto as elites se distanciavam das necessidades econômicas e dos valores morais da maioria, a classe média via seu poder de compra diminuir e seus valores religiosos serem vilipendiados. Ao passo que as elites passaram muito bem, as condições econômicas e a moral do homem médio foram fustigadas.
Pior: elites tecnocratas do Judiciário assumiram um papel proeminente, capturando a democracia e forçando-as através de interpretações judiciais fundadas em moralidade progressista. Ao mesmo tempo, castas da elite do Judiciário se formaram, isoladas e desinteressadas da vida do povo.
A reação foi inevitável. Uma nova direita, por vezes populista, ligada a valores religiosos e antiglobalista emergiu. As democracias ocidentais foram fragilizadas porque suas elites se fecharam em bolhas de “progresso” moral e tecnocrático, divorciando-se das massas.
E a Igreja? Grosso modo, cristãos e igrejas com valores morais e religiosos mais tradicionais são tidos por setores das elites como “extremistas”. A pergunta, porém, é: quem pendeu para o extremismo foram igrejas que mantiveram sua confessionalidade de mais de 2.000 anos ou elites em bolhas de progressismo cultural?
Anderson Paz