Militares israelenses disseram, neste sábado (17/5), ter lançado “ataques extensos” como parte de uma nova ofensiva na Faixa de Gaza, depois que equipes de resgate relataram a morte de 100 pessoas no território palestino sitiado.
Só na última madrugada, a Força Aérea de Israel matou pelo menos 58 palestinos em novos ataques a Gaza, informaram as autoridades de saúde locais neste sábado.
Desde a quinta-feira (15), mais de 300 habitantes de Gaza foram mortos em ataques israelenses;
Os últimos ocorreram depois que o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, encerrou sua turnê pelo Oriente Médio na sexta-feira, sem nenhum progresso aparente em direção a um novo cessar-fogo.
O Exército disse no Telegram que havia começado os “estágios iniciais” da nova ofensiva, batizada como Operação Carruagens de Gideão.
A operação faz parte da “expansão da batalha na Faixa de Gaza, com o objetivo de alcançar todos os objetivos da guerra, incluindo a libertação dos sequestrados e a derrota do Hamas”, disse em um post em árabe.
Uma declaração separada em inglês disse que o Exército estava “mobilizando tropas para alcançar o controle operacional em áreas da Faixa de Gaza”.
A agência de defesa civil de Gaza disse que os ataques israelenses na região mataram 100 pessoas na sexta-feira, enquanto o Exército disse que suas forças “atingiram mais de 150 alvos terroristas em toda a Faixa de Gaza” em 24 horas.
Retomada da ofensiva militar
Israel retomou a ofensiva militar em Gaza em 18 de março, após uma trégua de dois meses na guerra contra o Hamas, que foi desencadeada por um ataque do grupo palestino em outubro de 2023.
Esta última operação ocorre em um momento em que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, enfrenta pressão cada vez maior para suspender um amplo bloqueio de ajuda a Gaza, já que as ONGs alertam sobre a escassez crítica de alimentos, água potável, combustível e medicamentos.
O retorno dos combates desde 18 de março atraiu a condenação internacional, com o chefe de direitos humanos da ONU condenando na sexta-feira os novos ataques – e o que ele descreveu como uma aparente “guerra”.
Trump reconheceu nesta sexta-feira a crescente crise de fome em Gaza e a necessidade de fornecimento de ajuda, à medida que cresce a pressão internacional sobre Israel para que retome as negociações de cessar-fogo e acabe com o bloqueio de Gaza.
O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu disse, em 5 de maio, que Israel estava planejando uma ofensiva intensiva e ampliada contra o Hamas, pois seu gabinete de segurança aprovou planos que poderiam envolver a tomada de toda a Faixa de Gaza e o controle da ajuda.
O objetivo declarado de Israel em Gaza é a eliminação das capacidades militares e governamentais do Hamas, que atacou comunidades israelenses em 7 de outubro de 2023, matando cerca de 1.200 pessoas e fazendo cerca de 250 reféns.
Sua campanha militar devastou o pequeno e lotado território palestino, expulsando quase todos os habitantes de suas casas e matando mais de 53 mil pessoas, de acordo com as autoridades de saúde de Gaza.