O Exército da Ucrânia atacou um navio petroleiro da “frota paralela” da Rússia, nessa sexta-feira (19/12). O bombardeio, executado por drones, ocorreu no Mar Mediterrâneo, perto da costa da Líbia, e foi o primeiro nessa região desde o começo da invasão russa. Veja o vídeo do ataque:
Ucrânia faz grande ataque contra navio petroleiro da Rússia. Mais informações: https://t.co/nI7UJ4SjJA pic.twitter.com/DNuoccIRkh
— Pedro Grigori (@pedrohgrigori) December 20, 2025
São chamados de “frota paralela” os navios operados por países como Rússia, Irã e Venezuela, que não usam bandeiras para tentar burlar sanções aplicadas. No caso russo, o petróleo do país é sancionado por membros do G7 (grupo das sete nações mais desenvolvidas e a União Europeia) por conta da guerra na Ucrânia.
O ataque teria causado danos críticos ao petroleiro, segundo o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU), que classificou o bombardeio como uma “nova operação especial sem precedentes”.
No entanto, os ucranianos estimam que a Rússia tenha uma frota paralela de mais de mil navios que operam com bandeiras falsas para exportar petróleo. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, afirmou que o ataque ucraniano não causou danos, mas que será “definitivamente respondido” pelas forças militares russas.
Ao jornal britânico The Guardian, uma fonte do SBU informou que o navio estava vazio no momento do ataque, o que impediu um acidente ambiental com vazamento de petróleo. “O petroleiro estava sendo usado para burlar as sanções ocidentais e financiar o arsenal bélico da Rússia, tornando-o um alvo absolutamente legítimo’, informou o SBU.
Empréstimo de 90 bilhões de euros
O ataque ao petroleiro ocorreu horas depois de líderes da União Europeia anunciarem, na manhã dessa sexta-feira, que fecharam um acordo de um plano bilionário para financiar a economia e as forças armadas da Ucrânia.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, anunciou que a ajuda financeira será no valor de 90 bilhões de euros (cerca de R$ 582 bilhões). “Chegamos a um acordo. Aprovou-se a decisão de conceder uma ajuda de 90 bilhões de euros à Ucrânia para 2026-2027”, escreveu Costa no X (antigo Twitter).
Até o momento, os líderes europeus ainda não explicaram como o empréstimo será financiado, mas informaram que a Ucrânia só vai devolver o dinheiro após a Rússia pagar as reparações causadas pela invasão militar.
O pacote financeiro foi anunciado após uma cúpula em Bruxelas que durou mais de 5 horas e contou com a presença do presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky. O principal debate foi relacionado à proposta da Alemanha de utilizar os ativos russos congelados na Europa para financiar o pacote financeiro à Ucrânia.
A alternativa foi descartada, pelo menos temporariamente, após firme rejeição de alguns países do bloco econômico.
Estima-se que a União Europeia detenha cerca de 210 bilhões de euros (cerca de R$ 1,3 trilhão) em ativos russos congelados. Putin condenou a possibilidade do dinheiro ser usado para financiar a Ucrânia, e chamou a alternativa de “um roubo”.


