Rússia e China adotaram um tom duro contra os Estados Unidos durante reunião de emergência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, realizada nesta terça-feira (23/12), para discutir a escalada de tensões envolvendo a Venezuela. As duas potências acusaram Washington de violar o direito internacional, impor um bloqueio naval ilegal e interferir nos assuntos internos do país sul-americano.
Representando a China, o embaixador alternativo Geng Shuang afirmou que Pequim se opõe “firmemente a todos os atos de unilateralismo e intimidação” praticados pelos Estados Unidos. Segundo ele, a soberania venezuelana deve ser respeitada. “Todos os países devem defender sua dignidade soberana. Somos contra qualquer medida que viole os princípios e propósitos da Carta das Nações Unidas”, declarou.
Shuang destacou ainda a importância de uma carta recente enviada por Nicolás Maduro e afirmou que, como Estado soberano, a Venezuela tem o direito de desenvolver cooperação internacional de forma independente.
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Maduro recebe medalha de arquiteto da paz após Corina receber Nobel
Gabinete de Imprensa da Presidência da Venezuela
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Putin ao lado de Xi e Kim
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EUA x Venezuela
- O debate no Conselho de Segurança foi solicitado pela Venezuela após o anúncio de um bloqueio naval determinado por Donald Trump, e de ameaças de uso da força militar.
- No início da sessão, o subsecretário-geral da ONU Khaled Khiari alertou para o aumento das operações militares dos EUA na costa venezuelana, que representam o maior destacamento norte-americano no Caribe em décadas.
- Washington afirma que as operações têm relação com o combate ao narcotráfico, acusações que o governo venezuelano nega. Caracas sustenta que a ofensiva pretende pressionar por uma mudança de regime e garantir acesso às maiores reservas comprovadas de petróleo do mundo.
- Nos últimos dias, os Estados Unidos interceptaram ao menos três navios petroleiros ligados à Venezuela, como parte da estratégia de impor um “bloqueio total” a embarcações sujeitas a sanções.
- Trump afirmou que vai manter sob seu controle os 1,9 milhão de barris de petróleo apreendidos em um navio-tanque na costa da Venezuela.
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A Rússia foi ainda mais incisiva. O embaixador russo na ONU, Vasily Nebenzya, condenou a apreensão de navios-tanque por forças norte-americanas e classificou o bloqueio imposto à costa venezuelana como “um claro ato de agressão”.
Nebenzya acusou Washington de ser responsável pelas “consequências catastróficas” para o povo venezuelano e descreveu a postura dos EUA como um comportamento “de caubói”.


