O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou neste sábado, 27, a prisão domiciliar de Filipe Martins, ex-assessor de Jair Bolsonaro, e outros nove condenados por golpe, um dia após o ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, também condenado, ser preso no Paraguai ao tentar fugir.
A informação da nova decisão que atinge Martins foi confirmada pelo advogado dele nas redes sociais, Jeffrey Chiquini. O ex-assessor de Bolsonaro foi condenado a 21 anos de prisão na trama golpista pela Primeira Turma do STF, em julgamento que terminou em 16 de dezembro. Segundo o defensor, Moraes também restringiu visitas.
Segundo Chiquini, a Polícia Federal esteve na casa de Martins em Ponta Grossa, no Paraná, na manhã deste sábado para cumprir a decisão. Ele afirmou que irá recorrer da ordem de Moraes, o que chamou de “mais um grave erro de processo penal”. “O que Filipe Martins tem a ver com a suposta tentativa de fuga de outro corréu?”, questionou, citando o caso de Vasques, além de chamar a determinação de “vingativa”, “sem fundamento”, “absurda” e “inconstitucional”.
Caso de Silvinei Vasques
O ex-diretor-geral da PRF Silvinei Vasques foi entregue nesta sexta-feira 26 pela Polícia Nacional do Paraguai às autoridades brasileiras. Preso em Assunção, ele foi levado de carro até a fronteira entre Ciudad del Este e Foz do Iguaçu. Imagens mostram o foragido chegando até a aduana algemado e com capuz na cabeça, procedimento padrão da polícia paraguaia.
Na manhã desta sexta, Vasques foi preso no aeroporto de Assunção quando tentava embarcar para El Salvador. Ele havia rompido na quarta-feira 24 a tornozeleira eletrônica e fugido para o país vizinho com um carro alugado e um cachorro, segundo a Polícia Federal.
No Paraguai, Silvinei usava um passaporte falso, com o nome de outra pessoa, e portava ainda uma declaração alegando ter câncer na cabeça que o impedia de falar. Agora no Brasil, ele será transferido para Brasília.
O ex-diretor da PRF durante o governo de Jair Bolsonaro foi condenado na trama golpista a 24 anos e 6 meses de prisão. Nas eleições de 2022, ele ordenou o bloqueio de estradas e rodovias de pontos estratégicos, para impedir eleitores de chegarem aos seus locais de votação. Ele foi condenado há pouco mais de dez dias e, como a decisão ainda não foi publicada no Diário de Justiça, o prazo de recurso ainda não começou a correr e por isso ele estava em casa, em Santa Catarina, com tornozeleira eletrônica.
Por conta da tentativa de fuga, Moraes determinou a prisão preventiva de Silvinei. Após ser entregue às autoridades brasileiras, ele aguardará encarcerado o desfecho dos seus recursos.
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