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David Harbour, Hannah John-Kamen, Sebastian Stan, Florence Pugh e Wyatt Russell em ‘Thundebolts*’ Foto: Marvel Studios/Divulgação
Enquanto a maior parte dos filmes da Marvel se apoia no humor e na ação, Thunderbolts*, que chega aos cinemas nesta quinta-feira, 1º, foge do convencional: a produção estrelada por Florence Pugh (Todo Tempo que Temos) centraa sua história numa exploração de traumas e saúde mental, temas poucas vezes abordados em adaptações de super-heróis nas telonas.
Diretor do longa, Jake Schreier contou ao Estadão sobre como foi equilibrar o assunto com o humor inerente à franquia liderada pelo produtor Kevin Feige – e como a mistura surgiu naturalmente entre a equipe do longa.
“Cheguei nesse filme logo depois de trabalhar numa série chamada Treta [para a Netflix] com Lee Sung Jin, que escreveu alguns rascunhos do roteiro”, disse o cineasta, pontuando que a corroteirista Joanna Calo (O Urso), também havia trabalhado na série. “Realmente parecia que tínhamos essa experiência [de equilibrar drama e humor] com o que tínhamos acabado de fazer, mesmo que pareça difícil.”
“[Sung Jun] tem uma mistura interessante de tons em sua escrita, porque ele tem uma experiência de comédia, mas também claramente se importa bastante com esses temas mais sombrios. E nunca sentimos que precisamos sacrificar um pelo outro fazendo Treta, então tínhamos um ponto de referência de que isso poderia ser feito [em Thunderbolts*]”, continuou Schreier.
O diretor admite que essa mistura de tons foge à normalidade para grandes produções de super-herói, mas que isso foi um grande um dos grandes atrativos do projeto. “Obviamente, essa não é a típica mistura de tons de um blockbuster de verão, mas pareceu um jeito de tornar esse filme diferente e algo muito interessante de se tentar.”

Bob, vivido por Lewis Pullman, perosnifica discussão de saúde mental em ‘Thunderbolts*’ Foto: Marvel Studios/Divulgação
Muito da discussão sobre saúde mental de Thunderbolts* é baseada em Bob (Lewis Pullman), que faz jornada dupla como herói e vilão ao assumir as identidades de Sentinela e Vácuo. Para retratar a dualidade do personagem, Schreier voltou às suas origens nos quadrinhos e conversou com Paul Jenkins, cocriador do personagem, que introduziu nas páginas em 2000. “[A história do Sentinela] sempre foi uma parábola sobre saúde mental. E aí virou uma questão de descobrir uma versão interessante, meio realista e que fizesse sentido neste universo”, contou o cineasta. “Isso é algo que [Feige] é muito bom em fazer, no sentido de que não recriamos exatamente as histórias dos quadrinhos, mas honramos o que está por trás delas.”
Com Thunderbolts* sendo protagonizado por diferentes personagens de passados conturbados, como Yelena/Viúva Negra (Pugh), Fantasma (Hannah John-Kamen) e Agente Americano (Wyatt Russell), Schreier e os roteiristas precisaram contornar a invencibilidade de Sentinela/Vácuo. “Um personagem como o Sentinela não pode ser derrotado de forma externa. Então sempre teria que haver uma forma interna de resolver esse conflito. E não queríamos que ficasse parecendo apenas uma conversa ou uma sessão de terapia, mas uma representação de um filme de ação desses conflitos internos.”
Honrando o elenco

Florence Pugh volta ao papel de Yelena Belova em ‘Thunderbolts*’ Foto: Marvel Studios/Divulgação
Após as primeiras exibições do filme à imprensa, muitos críticos e jornalistas têm chamado Yelena, personagem de Florence Pugh, de o “coração” de Thunderbolts*. A atriz, que estreou na franquia em Viúva Negra, de 2021, é constantemente elogiada por seus trabalhos, tendo inclusive sido indicada ao Oscar por Adoráveis Mulheres (2019). “Olha, sempre que você tem a chance de ter Florence Pugh em seu filme, você quer dar a ela um material que faça jus ao seu talento e que a deixe animada. Neste caso, sentimos que tínhamos uma história interna que poderíamos contar, assim como uma história interna.”
“De verdade, todos os atores, Sebastian [Stan], David [Harbour], Wyatt, Hannah, Lewis, Julia Louis-Dreyfus, que é uma lenda, (…) quão incrível é esse elenco?”, disse Schreier. “Nós só queríamos sentir que estávamos dando a eles um arco de personagem que significasse tanto quanto a história de ação que escolhemos.”
Vencedora de 11 prêmios Emmy por suas atuações em clássicos da TV como Seinfeld, Veep e The New Adventures of Old Christine, Louis-Dreyfus é um símbolo da comédia norte-americana, inclusive tendo recebido um prêmio Mark Twain de Humor em 2018, que já homenageou nomes como Conan O’Brien, Dave Chappelle, Tina Fey, Richard Pryor e Eddie Murphy. A atriz, que hoje tem status de lenda viva em Hollywood, deixa sua zona de conforto e entrega uma atuação mais sombria como a vilã Val, líder da CIA com delírios de grandeza e que tem como missão pessoal comandar os super-humanos dos Estados Unidos. “É uma honra e um grande prazer trabalhar com ela”, declarou o diretor. “Ela é adorável e está muito animada de estar neste universo. Ela falou sobre sair de sua zona de conforto e de estar muito empolgada em abraçar essa mudança.”
“No nosso primeiro telefonema, ela falou ‘eu quero espancar alguém. Posso espancar alguém?’”, lembrou Schreier. “Em sua versão do filme, Val não é a vilã. Ela honestamente acredita que as coisas seriam melhores se ela estivesse no controle. Ela está cansada de manipular as coisas dos bastidores e quer esse poder de simplesmente fazer o que quer.”

Lenda da comédia, Julia Louis-Dreyfus deixa sua zona de conforto ao viver a vilã Val Foto: Marvel Studios/Divulgação
Segundo o cineasta, “não houve desafio” em extrair um tom mais sombrio de Louis-Dreyfus. “Ela entregou algumas das melhores atuações em várias séries ao longo dos últimos 20 anos. Foi uma oportunidade de trabalhar com ela. Acho que você pode ver isso em Veep, que tem bastante drama, entende? E, claro, não queríamos que esse filme fosse apenas um drama. Queríamos que tivesse humor e sagacidade no meio da escuridão, e nos pareceu um casamento perfeito com o que ela poderia trazer.”
Liberdade criativa
Schreier admite que, quando aceitou comandar Thunderbolts*, a escalação de personagens já havia sido definida pelo corroteirista Eric Pearson e pelo produtor-executivo Brian Chapek, mas pontua que teve liberdade para desenvolver a história como bem entendeu. “[Os personagens] já estavam no lugar. Daí foi apenas uma questão de encontrar as estruturas da história entre eles e com que histórias poderíamos trabalhar esses personagens para criar algo que se conectasse com o público.
Normalmente, Kevin Feige exerce um poder quase absoluto sobre as produções do Marvel Studios. Seu controle já causou reclamações de diversos diretores, como Edgar Wright, que deixou Homem-Formiga no meio das filmagens, Patty Jenkins, que se demitiu de Thor: O Mundo Sombrio, Scott Derrickson, que saiu de Doutor Estranho no Multiverso da Loucura ainda no estágio de pré-produção, e Nia da Costa, que admitiu que a versão de As Marvels que chegou ao público não era o filme que ela tinha planejado. Schreier, no entanto, teve uma experiência diferente dos colegas em Thunderbolts*. “Tive muita liberdade. A reviravolta no final do filme já estava definida desde que cheguei, todo o resto estava em aberto e foi mudando, chegando ao tipo de narrativa que queríamos construir.”
“Pela minha experiência, se quiséssemos mudar as coisas, havia muita abertura com a Marvel, e Kevin e Louis [D’Esposito, produtor do Marvel Studios] apoiaram muito nossa visão”, concluiu o diretor.
Thunderbolts* é o segundo dos três títulos da Marvel que serão lançados nos cinemas em 2025. O filme foi precedido por Capitão América: Admirável Mundo Novo, que estreou em fevereiro, e será seguido por Quarteto Fantástico: Primeiros Passos, que chega em julho.
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