Ao completar três décadas à frente de sua marca, Sarah Chofakian revisita a própria trajetória. Formada em psicanálise, ela conta que a virada profissional nasceu da vontade de unir autonomia e criação. “Embora a psicanálise sempre tenha sido uma paixão, cresceu em mim o desejo de construir outro caminho profissional e o fazer manual apareceu como resposta — e também como memória efetiva”.

Sarah Chofakian completa três décadas à frente de sua marca. Foto: Colagem Thais Barroco sobre fotos de divulgação/Sarah Chofakian
“A conexão com a minha origem me levou ao sapato artesanal, algo profundamente ligado à minha herança armênia.” Desde o começo, o critério foi pessoal e direto: “Criar os sapatos que eu mesma sentia falta no mercado brasileiro na década de 90”.
A identidade da marca se consolidou em um ambiente que exigia adaptação constante e decisões precisas. “Passei por épocas de inflação altíssima e momentos econômicos difíceis, mas um empreendedor não mede esforços quando quer fazer algo acontecer.” Nesse ano de comemoração, Sarah traz um novo mergulho nas criações do feito à mão com a coleção em tressê.
A memória dos sapatos italianos admirados desde a infância ajudou a guiar esse retorno a um ofício preciso, hoje central no desenho das coleções. No início da trajetória, a marca já tinha trilhado um caminho autoral. “Criamos o estilo próprio, que chamamos de Sarah, um produto autêntico capaz de facilitar a vida das mulheres com conforto, segurança e um toque de alegria. São também sapatos pensados para durar”, diz Sarah.
Hoje a marca Sarah Chofakian comemora também os bons números da expansão internacional, iniciada em 2013. “Hoje as exportações pelo e-commerce representam 17% do faturamento e enviamos sapatos para Europa, Estados Unidos, Japão, Emirados Árabes, China e muitos outros países.” A chegada da segunda geração — o filho Luiz — à liderança da operação reorganizou processos e ampliou perspectivas. “Pensamos igual em muitas coisas e muito diferente em outras. Essa troca constante fortalece as decisões e eu me sinto mais livre para criar”, completa.


