Gramado artificial ou natural virou guerra nada santa entre cartolas que só olham para seus negócios
Disputa de bastidores entre Flamengo e Palmeiras ultrapassa o campo de jogo. Crédito: TV Estadão
O Maracanã, há quase 26 anos, viu pouco futebol para tantos craques e clubes na final do primeiro Mundial organizado pela Fifa. Tão mundial quanto todos os títulos disputados desde 1960 e até 2004 (organizados por Uefa e Conmebol), tanto quanto todos os torneios desde a “unificação” em 2005. Não teve muito jogo entre Vasco 0x0 Corinthians, que mal tiveram férias e decidiram o planeta, conquistado nos pênaltis pelos paulistas.
Final esperada em 2000, sem bug do milênio, entre o campeão da América de 1998 e o bicampeão nacional do país-sede, de 1998-99. Diferentemente da final da Copa do Brasil hoje, no mesmo templo, entre o 13º e o 14º do Brasileiro de 2025. Duas equipes que mais perderam do que ganharam jogos no principal torneio. Tiveram saldo negativo de gols, fora o devedor fora de campo.
Para não ir tão longe como foram duas equipes que pouco se esperava pelo muito pouco que vinham fazendo: desde 2015, nunca uma final do torneio mais rentável do País foi disputada entre equipes que desempenharam tão pouco no Brasileirão da mesma temporada: Apenas o Athletico de 2021 foi 14º colocado e finalista da Copa – só que enfrentou o campeão nacional Atlético Mineiro; em 2018, o Cruzeiro foi bicampeão do torneio superando o Corinthians 13º do Brasileiro na mesma temporada.

Corinthians e Vasco ficaram no morno empate no jogo de ida da final da Copa do Brasil 2025. Foto: Werther Santana/Estadão
Em 2022, Flamengo (do mesmo Dorival que busca o tetra dele e também o corintiano na Copa) ganhou nos pênaltis do Corinthians. Ambos estavam no G-5 do Brasileiro (o campeão foi o quinto, o vice, o quarto colocado).
Copa é outro torneio. Também por diferença de calendário. Algumas dessas decisões foram jogadas antes da definição do Brasileiro. Este ano, depois. Muda o cenário e o foco. Jamais o fogo. Vasco x Corinthians tem muito a jogar. Ou tudo o que pouco fizeram em Itaquera. Finais não são espetaculares em jogo, no mais das vezes. Mas poderia ter sido muito do quase nada que se viu de bola. Ou se viu mais do visitante.
O que era ligeiro favoritismo corintiano vira o jogo. Mas não a ponto de o Vasco bater no peito e cantar vitória. Decisão ainda equilibrada e cheirando a pênaltis. Onde, por Hugo Souza e Leo Jardim, e pela falta de criatividade e pontaria na partida de ida, capaz de terminar no zero. Ou com o aproveitamento do bravo Flamengo no Catar. A primeira disputa de pênaltis em Mundiais desde 2004. O primeiro sul-americano desde o bi mundial corintiano em 2012 que conseguiu equilibrar o jogo com um europeu. Pode não ter sido nada. Mas é muita coisa. E será ainda mais Flamengo por muito tempo.



