Torcedores do Corinthians ‘invadem’ espaço de vascaínos no Maracanã e acabam retirados
Crédito: Bruno Accorsi Garcez e Rodrigo Sampaio
O Corinthians, devendo fundos sem fundo o que deve ao mundo (e ao corintiano), ainda consegue ser campeão paulista contra o maior rival, elimina o Palmeiras de novo na Copa do Brasil, e vence de velho o Vasco no Maracanã mundialista com um gol digno daquele timaço de 2000.
Com um filho do terrão, Bidon, dando um drible de Edmundo no Manchester United para armar o golaço que Yuri doou a Memphis.
É uma força da natureza o tetracampeão da Copa do Brasil. O tetra de Dorival Júnior.

O futebol não tem lógica. Mas o Corinthians tem ainda menos. Foto: Pedro Kirilos/Estadão
O “todo-poderoso Timão” voltou ao Maracanã, 25 anos depois da primeira exibição.
Isso ninguém tira do Corinthians. A capacidade de driblar a lógica como as últimas “administrações” driblam as contas. Nenhum clube gigante brasileiro consegue superar rivais com a facilidade com que os alvinegros vencem as enormes dificuldades.
Em 1990, no primeiro título nacional, o São Paulo era favorito. Como agora o Corinthians parecia ser na ida, em Itaquera. Mas a má atuação em um jogo ruim deixou dúvidas.
Eu ainda achava “favorito” nos pênaltis por ter Hugo Souza, ainda que Léo Jardim seja ótimo nas cobranças.
Mas falhou no belo gol de Yuri Alberto, em linda inversão de Matheuzinho. A ajuda do goleiro vascaíno, que demorou a sair (e ainda sem fechar o ângulo corretamente), o fez levar o primeiro gol no primeiro ataque paulista no Maracanã.
O Vasco demorou a se achar até o ótimo Andrés Gomez achar a bola na cabeça de Nuno Moreira, no final da primeira etapa.
O clássico voltou igual até o lance espetacular de Bidon, que achou Matheuzinho para enfiar a bola que Yuri Alberto encontrou o tetra com Memphis. O senhor dos tamancos holandeses.
Depois, com Vegetti e todo ataque, o Vasco criou mais chances, finalizou três vezes mais do que o rival, mas parou em Hugo Souza e nas conclusões falhas.
Repetindo 2000, o Vasco não fez do Maracanã a colina histórica. Bisando 2000 e repetindo a invasão corintiana na semifinal do Brasileiro de 1976, o Timão fez algo que parecia impossível. Ou só possível na história a um clube que só normaliza o anormal. Que possibilita o improvável. Que refaz o que parecia detonado. Que sobe ao trono o que estava destronado. Que reconstrói o que foi implodido. Que explode coração na maior felicidade como o tema do Salgueiro de 1993. Como parece ser o que é desde a luz dos lampiões no Bom Retiro, em 1910.
O Corinthians é uma força da natureza. Mesmo quando a natureza interna e intestina faça que ele se enfraqueça.
Parabéns ao campeão da Copa do Brasil e do Paulista. Repetindo os feitos de 1995 e 2009 (e 2002, quando conquistou o Rio-São Paulo). Com times muito melhores. Com favoritismo confirmado em campo. Com contas que fechavam. Com méritos nas quatro conquistas.
O futebol não tem lógica. Mas o Corinthians tem ainda menos.


