O presidente do Treze Futebol Clube, Artur Bolinha, revelou nesta quarta-feira (8), durante entrevista ao Jornal da Manhã, da Rádio Caturité FM, que pretende deixar o comando do clube. Além de fazer um balanço de sua gestão, ele falou sobre os desafios enfrentados e defendeu a transformação do Treze em uma Sociedade Anônima do Futebol (SAF) como caminho indispensável para a sobrevivência do clube.
Segundo Bolinha, o cargo exige um nível de dedicação que se tornou insustentável, especialmente por ser uma função não remunerada. “Ser presidente do Treze é abrir mão da vida pessoal por algo que não é seu. Muitas vezes, além do tempo, há aporte financeiro, porque os clubes da região enfrentam muitas dificuldades”, afirmou.
Ele contou que já havia sinalizado a intenção de sair ainda durante a disputa da Série D, devido ao desgaste físico, emocional e financeiro. “Chega um momento em que é preciso reconhecer o limite. Permanecer não faz mais sentido”, desabafou.
Apesar disso, decidiu continuar no cargo até o fim da temporada para tentar concluir o processo de Recuperação Judicial (RJ) do clube. No entanto, a proposta apresentada não foi aceita pelos credores, que sugeriram condições consideradas inviáveis. Diante do impasse, o dirigente busca agora uma mediação judicial como alternativa para evitar a falência do Treze.
Durante a entrevista, Bolinha criticou o modelo atual de gestão dos clubes tradicionais do interior e apontou a SAF como única saída viável. “Clubes como Treze e Campinense não conseguem mais se manter com o modelo associativo. As despesas crescem, especialmente com a folha salarial, mas as receitas não acompanham. A profissionalização por meio da SAF é uma necessidade urgente”, afirmou.
Ele destacou que a SAF pode atrair investimentos, garantir estabilidade e dar fôlego ao clube. “O investidor entra com uma mentalidade empresarial, busca retorno e previsibilidade. Sem isso, o clube não se sustenta”, pontuou.
O presidente também comentou positivamente a decisão da CBF de ampliar o número de participantes da Série D do Campeonato Brasileiro, especialmente para beneficiar clubes tradicionais do Nordeste. No entanto, cobrou novas formas de geração de receita, como melhorias nas transmissões e maior apoio institucional.
Por fim, Bolinha reafirmou seu compromisso com a transição do clube e disse esperar que a próxima gestão mantenha os princípios de responsabilidade e modernização. “Minha prioridade é garantir que o Treze continue existindo com seriedade e planejamento. O clube precisa se reinventar, ou corre o risco de desaparecer”, concluiu.
Redação


