Instituição discutiu com o Ministério da Saúde soluções científicas para conter intoxicações causadas pela substância em bebidas falsificadas.
Em reunião realizada neste sábado (4), representantes da Universidade Estadual da Paraíba (UEPB) discutiram com o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos), e o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, estratégias para enfrentar a adulteração de bebidas alcoólicas com metanol – substância altamente tóxica responsável por diversas mortes no país.
O encontro virtual marca um avanço importante na articulação entre ciência e políticas públicas de saúde. A UEPB apresentou os primeiros resultados de pesquisas desenvolvidas por seu Departamento de Química, que vem elaborando métodos eficazes para detectar rapidamente a presença de metanol em bebidas comercializadas no Brasil.
Participaram da reunião a reitora da UEPB, Célia Regina Diniz, a vice-reitora Ivonildes Fonseca, a pró-reitora de Pós-Graduação e Pesquisa, Nadja Oliveira, o pró-reitor adjunto de Infraestrutura, Felix Brito, e os professores pesquisadores David Douglas e Railson Oliveira, que lideram os estudos sobre a substância.
Segundo a reitora Célia Regina, a reunião foi um passo decisivo para a consolidação de uma parceria com o Governo Federal. “Essa união de esforços busca enfrentar de forma técnica, científica e eficaz um grave problema de saúde pública, que tem vitimado pessoas em diversas partes do nosso país”, afirmou.
Ela também agradeceu o apoio institucional da Secretaria de Estado da Ciência, Tecnologia, Inovação e Ensino Superior da Paraíba (Secties) e da Fundação de Apoio à Pesquisa do Estado da Paraíba (Fapesq), cujos investimentos têm sido fundamentais para o avanço das pesquisas.
Transformando ciência em política pública
Durante a reunião, os pesquisadores da UEPB apresentaram dados preliminares, tecnologias de detecção e propostas para a aplicação em larga escala dos métodos desenvolvidos. O objetivo é que os projetos sejam encaminhados oficialmente ao Ministério da Saúde, com vistas à sua institucionalização como política pública de controle e fiscalização sanitária.
A expectativa é que o detalhamento técnico das propostas seja concluído nos próximos meses, possibilitando a criação de um plano de trabalho conjunto entre a UEPB e o Governo Federal.
Um problema de saúde pública
O metanol é um álcool industrial que, quando ingerido, pode causar desde cegueira e insuficiência renal até a morte. Apesar de proibido em bebidas destinadas ao consumo humano, a substância vem sendo utilizada por produtores clandestinos como forma de reduzir custos na fabricação de destilados, aumentando os riscos à saúde pública.
Casos recentes de intoxicação por metanol em diversas regiões do Brasil acenderam o alerta em autoridades e especialistas. A identificação precoce do contaminante é fundamental para evitar novas tragédias — e é justamente essa lacuna que as pesquisas da UEPB buscam preencher.
Ao final da reunião, ficou evidente o interesse comum em transformar conhecimento científico em ações concretas. Com apoio institucional e federal, a UEPB se posiciona na linha de frente do combate à adulteração de bebidas, contribuindo diretamente para a segurança e a saúde da população brasileira.
Redação com Codecom/UEPB