A cidade de Monteiro recebeu neste final de semana a quinta edição do evento “Borborema Cangaço”, com palestras, lançamentos de livros e visitas a locais históricos, confirmando sua vocação para a realização de grandes eventos que resgatam a história e a cultura nordestina.
O evento teve o apoio da Prefeitura Municipal de Monteiro, através da Secretaria de Cultura e Turismo do Município e contou com as presenças do Vice-Prefeito Cajó Menezes, do Secretário de Cultura e Turismo Nanido Cavalcante e da Presidente da Casa dos Poetas do Cariri Manoel Nicolau, Angélica Costa.

Em iniciativa que busca resgatar a cultura do Nordeste e a rica história da luta social na região, o Encontro do Borborema Cangaço realizou sua quinta edição, reunindo, entre os convidados, o cineasta e pesquisador Aderbal Nogueira, o escritor Bismarck Martins, o poeta Marco Di Aurélio, o historiador Júnior Almeida e o cordelista e escritor Gutemberg Pereira de Farias.

O evento serviu também de lançamento do livro “Leandro Gomes de Barros e os Primórdios do Cordel Brasileiro: a história de um jovem retirante, expulso de sua terra pela seca mais arrasadora já registrada no sertão da Paraíba, que veio a se tornar o maior ícone da literatura popular do Brasil”, do autor Gutemberg Pereira de Farias.

Além do encontro, os participantes puderam contemplar uma visita à Fazenda Areial, que pertenceu a Augusto de Santa Cruz, também conhecido como Guerreiro Togado. De acordo com o professor e pesquisador Julierme do Nascimento, presidente do encontro, Augusto teria sido um dos principais representantes políticos da região no estado.

No domingo, os participantes viajaram para a cidade de Prata, em visita ao túmulo do ex-cangaceiro e volante Clementino José Furtado, o Clementino Quelé, que, de agente da lei (fora sargento da Polícia Militar do estado) e passou a figurar na lista dos criminosos mais procurados pela justiça.

“No evento contamos com a presença de uma das maiores figuras da pesquisa sobre o cangaço, Aderbal Nogueira, que retrata e documenta o fenômeno histórico em vídeos e documentários, além de Bismarck Martins, um dos cinco maiores pesquisadores do cangaço”, explica Julierme. “Uma das nossas principais propostas é abrir a rota do cangaço, já que a Paraíba foi uma das maiores rotas de circulação do movimento. Temos a preocupação de resgatar e difundir as informações, desmistificando o cangaço para as novas gerações”, diz ele.

Para o vice-prefeito Cajó Menezes, “Este evento foi uma oportunidade única para celebrarmos a memória, a cultura e a história nordestina. Ao longo de três dias, reunimos pesquisadores, escritores, artistas, estudantes e admiradores da nossa tradição, em um espaço de troca de saberes, experiências e afetos”. Concluiu.