O Dia das Mães, comemorado no primeiro domingo de maio, foi criado por Anna Jarvis em homenagem a sua mãe, Ann Jarvis, e instituído em 1908 nos Estados Unidos. Ativista social, Ann dedicou a vida ao apoio a famílias vulneráveis e ao socorro de soldados durante a Guerra Civil Americana (1861-1865). A data nasceu como símbolo de gratidão, mas passou a representar a força de milhares de mulheres que exercem a maternidade como um ato diário de liderança e resistência.
Celebrado há mais de um século, o dia também convida à reflexão sobre os desafios de ser mãe nos tempos atuais. Pensando nisso, o Congresso em Foco preparou uma curadoria de livros que abordam a maternidade sob diferentes perspectivas. Das relações familiares às pressões sociais, as obras revelam como essa experiência molda vidas, gerações e afetos em todo o mundo.
Livros que contam histórias relacionadas a maternidadeMontagem: Congresso em Foco
Confira a lista completa:
Mamãe & Eu & Mamãe – Maya Angelou
Classificação indicativa: Livre
Gênero: Memórias autobiográficas
Em um relato autobiográfico, Maya Angelou narra sua trajetória de reconciliação com a mãe, Vivian Baxter. Após ser criada pela avó, Maya reencontra a mãe na adolescência e, ao longo dos anos, transforma a relação marcada pelo afastamento em uma convivência de respeito e admiração. A maternidade, neste livro, é um processo de reconstrução e perdão. Angelou mostra como a figura materna pode ser falha, mas também forte e transformadora. O amor entre mãe e filha amadurece com o tempo e revela a complexidade das relações afetivas.
A Filha Perdida – Elena Ferrante
Classificação indicativa: 16 anos
Gênero: Romance psicológico
Durante férias à beira-mar, Leda, uma professora universitária divorciada e mãe de duas filhas adultas, observa a rotina de uma jovem mãe na praia. A aparente tranquilidade da viagem é interrompida por lembranças de seu passado, quando abandonou temporariamente as filhas para seguir carreira acadêmica. A narrativa aborda a culpa, o egoísmo e a liberdade feminina com franqueza rara.
Pequena Coreografia do Adeus – Aline Bei
Classificação indicativa: 16 anos
Gênero: Romance em prosa poética
Em prosa poética, Aline Bei narra o amadurecimento de Júlia, uma adolescente marcada pela dor da rejeição e pelo colapso familiar. A protagonista enfrenta o abandono emocional da mãe, uma mulher instável e ausente, cuja figura permeia toda a formação emocional da filha. Em meio a traumas e silêncios, Júlia busca reinventar-se e encontrar uma forma de se manter viva no caos doméstico.
Tudo o que Eu Sei Sobre o Amor – Dolly Alderton
Classificação indicativa: 16 anos
Gênero: Autobiografia
Dolly Alderton narra sua juventude, amores fracassados, amizades intensas e crises existenciais. Em tom confessional e bem-humorado, compartilha o dilema de muitas mulheres contemporâneas: querer tudo, mas não saber se a maternidade cabe nesse “tudo”. A autora observa as mudanças que a maternidade impõe aos vínculos e à identidade das mulheres, revelando sentimentos de admiração, estranhamento e também de perda.
Corpo Desfeito – Valeska Zanello
Classificação indicativa: 18 anos
Gênero: Ensaio/Psicologia
Neste ensaio sobre saúde mental, a psicóloga Valeska Zanello investiga como o patriarcado afeta o corpo e a psique das mulheres, especialmente no contexto da maternidade. A autora expõe como a idealização da “boa mãe” cobra um preço emocional elevado, levando muitas mulheres ao esgotamento.
O Olho Mais Azul – Toni Morrison
Classificação indicativa: 16 anos
Gênero: Romance/Drama
Pecola Breedlove é uma menina negra que deseja olhos azuis para ser aceita em uma sociedade racista e violenta. Ao redor dela, as figuras maternas são retratadas com profundidade e dor. Pauline, sua mãe, é uma mulher esmagada pelo racismo, que projeta nos filhos o fracasso de sua própria vida. A narrativa denuncia como as opressões estruturais destroem laços afetivos.
Os Testamentos – Margaret Atwood
Classificação indicativa: 18 anos
Gênero: Distopia
Na distopia teocrática de Gilead, três vozes femininas se entrelaçam para revelar os bastidores do regime opressor. Entre elas está uma jovem criada dentro do sistema e uma tia responsável por doutrinar mulheres. A obra mostra como mães são separadas de seus filhos e como o instinto materno pode persistir mesmo em contextos extremos.
Canção de Ninar – Leïla Slimani
Classificação indicativa: 18 anos
Gênero: Thriller psicológico
Inspirado em um crime real ocorrido na França, o romance acompanha a trajetória de uma babá que assassina as duas crianças sob seus cuidados. Ao reconstruir os eventos que levaram à tragédia, o livro mergulha nas tensões de classe, no isolamento das mulheres e nas contradições da maternidade contemporânea. A autora retrata uma mãe dividida entre a carreira e os filhos, e uma babá que se anula em nome do cuidado alheio.