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BRASÍLIA – O novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz, presidiu uma reunião do Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS), em abril de 2024, quando o colegiado tratava de denúncias de fraude no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por meio de descontos indevidos em aposentadorias.
Enquanto número 2 da pasta, ele assumiu a presidência do colegiado após o então presidente do Conselho, o então ministro Carlos Lupi, ausentar-se alegando a necessidade de comparecer a um compromisso no Senado. A agenda oficial do ministro não aponta encontro com senadores naquela data.
Procurados, Wolney Queiroz e o Ministério da Previdência não deram retorno.

Wolney Queiroz assinou termo de posse na sexta-feira, 2, ao lado do presidente Lula e da ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais Foto: Ricado Stuckert/PR
Lupi passou a presidência a Wolney Queiroz logo depois de Hélio Queiroz, representante da Confederação Nacional do Comércio (CNC) no CNPS, relatar ao ministro que “um jornal” vinha colocando o INSS em uma “situação desagradável diariamente”. A referência era a reportagens do portal Metrópoles, que primeiro noticiou as suspeitas de golpe.
Antes de deixar a reunião, Carlos Lupi disse que precisaria consultar o departamento jurídico sobre uma proposta levantada pelo conselheiro e ainda ouviu o então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, minimizar as denúncias publicadas pela imprensa.
Demitido por ordem de Lula no meio da crise, Stefanutto “destacou a importância das associações”, afirmou que “muitas acusações são referentes aos anos de 2020 e 2021” e disse que as notícias que vinham sendo publicadas “atacam diretamente” o então diretor de benefícios do INSS, André Fidélis.
A Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, deflagrada no dia 23, apontou que o diretor André Fidélis recebeu repasses suspeitos de R$ 5,2 milhões por meio do filho e da nora. Embora os descontos indevidos em aposentadorias sejam registrados desde 2016, as retiradas alcançaram novo patamar na atual gestão.
Com a reunião do CNPS sob a presidência de Wolney Queiroz, o tema tratado continuou sendo o do “desconto de contribuição associativa”. Outro conselheiro, Gerson Maia, representante do Sindicato Nacional dos Trabalhadores Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sintapi), endossou uma “necessidade da auditoria” e Alessandro Stefanutto disse que “todos os sindicatos devem ser tratados igualmente”. Em seguida, o conselheiro Hélio Queiroz insistiu com a “pauta dos descontos a partir de maio”.
A única manifestação de Wolney Queiroz registrada em ata é para o adiamento dos dois últimos itens da pauta do dia – sobre outros assuntos. Como número 2 de Lupi, era comum que ele substituísse o ministro em reuniões do CNPS. Dos 21 encontros ordinários e extraordinários do Conselho realizados de junho de 2023 a março de 2025, Wolney Queiroz assumiu a presidência em algum momento em ao menos cinco oportunidades.
Os vínculos de Wolney Queiroz com Lupi, com o ministério e com o INSS não permitiram que o governo Lula se visse totalmente livre da pressão provocada pelo escândalo que prejudicou aposentados.
A oposição apresentou ação na Justiça para retirá-lo do cargo e, em paralelo, solicitou à Procuradoria-Geral da República (PGR) providências para afastamento cautelar de Wolney Queiroz.
As iniciativas, encabeçadas pela senadora Damares Alves (Republicanos-DF) e pelo deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, têm como argumento uma suposta omissão de Wolney Queiroz diante de denúncias e informações sobre fraudes bilionárias no INSS que chegaram ao conhecimento da alta cúpula do Ministério. Para os parlamentares, a nomeação dele após a saída de Lupi violaria princípios constitucionais da moralidade administrativa.
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