O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o presidente do PSD, Gilberto Kassab, se reuniram para um almoço sigiloso na ala residencial do Palácio dos Bandeirantes, em São Paulo. O encontro, realizado na semana passada, ocorreu sem a presença do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) ou de qualquer outra testemunha, conforme informações do G1.
Segundo interlocutores de ambos, a conversa foi “boa”. A aliados, Kassab garantiu que não tem qualquer desavença com Bolsonaro e que não vê contradição em apoiar o governo Lula (PT) enquanto considera que discutir a anistia pode ser benéfico para o país.
Nos últimos meses, Bolsonaro vinha criticando o PSD por sua participação no governo petista, ocupando ministérios, enquanto mantém espaço na gestão paulista de Tarcísio, onde Kassab exerce o cargo de secretário. Apesar das tensões, o encontro foi interpretado como um gesto estratégico.
Para integrantes do PSD, um partido de centro-direita precisa dialogar com diferentes setores. Já para bolsonaristas que articulam a anistia dos condenados pelos atos terroristas de 8 de janeiro, manter um canal aberto com o PSD é essencial para garantir apoio no Congresso.
No ano passado, Bolsonaro chegou a defender que Kassab deixasse o governo paulista, e aliados do ex-presidente criticaram o PSD pelo fato de Rodrigo Pacheco (MG), filiado ao partido e então presidente do Senado, não ter levado adiante os pedidos de impeachment contra o ministro do STF Alexandre de Moraes.
Recentemente, Kassab também atacou o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, chamando-o de “fraco” e afirmando que Lula não venceria caso a eleição fosse hoje. O presidente petista, por sua vez, afirmou ter rido de Kassab após a previsão de derrota em 2026.
“Quando vi a declaração do companheiro Kassab, comecei a rir, porque, segundo ele, se a eleição fosse hoje, eu perderia. Consultei o calendário e percebi que, como a eleição só acontece daqui a quase dois anos, não há motivo para preocupação”, afirmou Lula