O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou, nesta quinta-feira (30), que o aumento na taxa de juros era esperado e que o novo presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, não poderia “dar um cavalo de pau no mar, em um mar revolto, de uma hora para outra”. Segundo o presidente do Executivo, “já estava praticamente demarcada a necessidade da subida de juros pelo outro presidente [Roberto Campos Neto], e Galípolo fez aquilo que entendeu que deveria fazer”.
“Temos consciência que é preciso ter paciência e eu tenho 100% de confiança no trabalho do presidente e tenho certeza que vai criar as condições para entregar ao povo brasileiro uma taxa de juros melhor. No tempo que a política permitir que ele faça”, completou Lula.
O Copom (Conselho de Polícica Monetária), do BC (Banco Central), decidiu nesta quarta-feira (29) elevar a taxa básica de juros da economia brasileira em 1 ponto percentual, passando de 12,25% para 13,25% ao ano. Com isso, a taxa volta ao patamar registrado em agosto de 2023, na quarta alta consecutiva, desde setembro. E a perspectiva é que a Selic chegue a 14,25% no primeiro trimestre de 2025.
A primeira reunião do Copom no ano marcou a “estreia” de Gabriel Galípolo como presidente do BC. Ele foi indicado ao cargo pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
O anúncio foi feito na primeira “superquarta” de 2025. É assim que se chamam as quartas-feiras em que coincidem as reuniões que definem as taxas de juros tanto dos Estados Unidos quanto do Brasil.
No fim de 2024, com a escalada do dólar e da inflação, o Banco Central intensificou o aumento da Selic para conter o consumo e o aumento de preços. Além da economia, os investimentos também são afetados. A alta da Selic torna mais rentáveis as aplicações de renda fixa que são atreladas à taxa, como os CDBs pós-fixados e fundos DI.
A Selic é o principal instrumento para controlar o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo). Juros mais altos encarecem o crédito e desestimulam a produção e o consumo. No entanto, taxas maiores dificultam o crescimento econômico.
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