Até quando vamos viver de contos do “me engana que eu gosto”? Em 2023, foi promulgada uma reforma tributária que, para surpresa de poucos e conveniência de muitos, revelou-se meia-sola. Longe de enfrentar os entraves históricos, ela deixou intactos os três problemas centrais que corroem a economia brasileira e transformam o país em um ambiente hostil aos investimentos tanto internos quanto externos:
- Não reduziu a carga tributária
- Não enfrentou o tamanho do Estado
- Não resolveu a insegurança jurídica
Tudo indica que há quem torça para que tudo permaneça como está ou até retroceda. A quem isso beneficia? Certamente a poucos: àqueles que não demonstram responsabilidade com a nação nem empatia pelo sofrimento de quem se espreme para pagar impostos e manter pequenos e médios negócios de pé.
Uma carga tributária elevada gera desemprego, endivida empreendedores, sobretudo os pequenos, afasta grandes investidores e ainda abre brechas para a corrupção e a sonegação. O resultado é um ciclo vicioso que sufoca a economia real e desestimula a formalidade.
Tomemos como exemplo a Walmart. A gigante americana não suportou o chamado “custo Brasil” e deixou o país, ao mesmo tempo em que mantém operações sólidas em diversos países considerados em desenvolvimento, especialmente na América Latina, como México, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras e El Salvador. O problema, portanto, não é o nível de desenvolvimento, mas impostos altos, burocracia excessiva e regras instáveis.
A reforma tributária consumiu tempo, dinheiro público e produziu discursos pálidos, muitas vezes interesseiros, no Congresso Nacional. Enquanto isso, o essencial foi adiado. O país segue no banho-maria, tratando temas vitais com superficialidade.
Brasil, acorda. Uma grande parcela do teu povo sofre. Educação, saúde, segurança pública e infraestrutura caminham com séculos de atraso. O povo geme, enquanto psicopatas do poder sorriem, dentes à mostra, alheios à dor coletiva.
Até quando?
Elcio Nunes
Cidadão Brasileiro
