A paraense Mágio, uma das principais fabricantes de chocolates com cacau nativo da Amazônia, lançou uma coleção de chocolates inspirada nos povos indígenas Yanomami e Ye’kwana. A novidade, que a princípio seria limitada, foi desenvolvida ao lado do fotógrafo e ambientalista Sebastião Salgado e pode ganhar mais unidades. Já existem negociações para uma remessa de cacau fino, que deve dar conta das novas demandas ao longo do próximo ano.
Os chocolates da coleção trazem formas de folhas, sementes e grafismos da floresta. Foto: Divulgação
Os chocolates da coleção trazem formas de folhas, sementes e grafismos da floresta. São designs autorais que refletem o visual das obras de Sebastião, que morreu em maio deste ano, nas aldeias Yanomami e Ye’kwana. Algumas das caixas ainda incluem reproduções fotográficas em preto e branco licenciadas pelo artista.
Para Davi Kopenawa Yanomami, principal liderança do povo Yanomami, o trabalho do fotógrafo fez com que a comunidade fosse vista com respeito. “Ele era um amigo da floresta, da terra e do povo originário. Levei Sebastião para as comunidades, onde ele fotografou meus parentes e minha família. Ele fazia isso para que as pessoas da cidade, do mundo da mercadoria, nos respeitassem e queria que todos nos vissem como ele nos via”, diz.
Algumas das caixas ainda incluem reproduções fotográficas em preto e branco licenciadas pelo artista. Foto: Divulgação
A comunidade Yanomami, ainda pode se tornar de vez em uma das maiores cadeias produtivas de cacau fino do País. Esse é o objetivo do plano de desenvolvimento do Instituto BKK, em parceria com a CBKK e a Mágio Chocolates. O povo, que hoje produz 200 kg de amêndoas por safra, pode chegar a uma produção de 10 toneladas na próxima década — um crescimento de quase 5%.


