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    Lar»CULTURA & ENTRETENIMENTO»Pode ser doloroso para alguns, mas é hora de reconhecer: a internet Millennial está morta
    CULTURA & ENTRETENIMENTO

    Pode ser doloroso para alguns, mas é hora de reconhecer: a internet Millennial está morta

    adminPor admin21 de dezembro de 2025Nenhum comentário12 minutos de leitura0 Visualizações
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    Em 2026, os membros mais novos da geração Millennial se tornarão trintões. É um marco que sinaliza para os nascidos entre 1981 e 1996 a plenitude da vida adulta. Para alguns deles pode ser doloroso, mas junto desta celebração é chegado também o momento de reconhecer: a ‘internet Millennial’, tal como a conhecemos nos últimos 25 anos, está morta.

    Isso não significa que as pessoas nesta faixa etária estejam abandonando a rede, ou deixando de se adaptar aos novos formatos e linguagens — elas ainda estão lá, mas algo mudou. As formas de expressão, os artefatos digitais e a cultura online associados aos Millennials estão desaparecendo ou perdendo relevância em uma inevitável troca de guarda geracional sobre a relevância do domínio digital.

    Se você acha que “fds” significa “final de semana” no dialeto atual da internet, ou se acha que o emoji de caveira tem conotação negativa, a sua era de protagonismo na rede passou. Saem os Millenials, entra a geração Z.

    As formas de expressão, os artefatos digitais e a cultura online associados aos Millennials estão desaparecendo ou perdendo relevância em uma inevitável troca de guarda geracional sobre a relevância do domínio digital Foto: Ilustração: Carina Bessell

    A lista de artefatos digitais dos Millenials que desapareceu ou perdeu relevância é extensa. Ao olhar para os anos 2000, a fila de aposentados inclui Orkut, Fotolog, Flogão, Trama Virtual, MySpace, MSN, Blogger, Google Reader e todos os serviços de compartilhamentos de arquivos. Quando os anos 2010 entram no radar, surgem nomes como BuzzFeed, VICE, Gawker Media, Tumblr e até o “Facebook do velho testamento” (quando a rede de Mark Zuckerberg tinha aspecto mais social). Não dá nem para dizer que os GIFs, os filtros de fotos do Instagram e o Twitter (hoje chamado de X) gozam do mesmo prestígio de outrora.

    Mas não são só os serviços e ferramentas que se tornaram obsoletos: o ambiente que permitia a existência desta internet também já saiu de cena. “Com o avanço das tecnologias e a ascensão das big techs, as pessoas acabaram ficando muito mais acomodadas”, diz Alexandre Inagaki, consultor de redes sociais e pioneiro dos blogs no Brasil.

    Ele faz referência ao fato de que a estrutura da internet Millennial exigia que os usuários fossem proativos. A rede era aberta e fragmentada em diversos serviços, longe da lógica de plataforma fechada que ganhou força na segunda metade dos anos 2010 com a economia dos apps. Construir e consumir algo naquela época exigia uma certa lógica punk de “faça você mesmo” — é dessa lógica que surge a internet colaborativa, batizada de “web 2.0”.

    O que substitui esse modelo a partir da segunda metade dos anos 2010 é uma estrutura de plataformas controladas por gigantes da tecnologia, que disputam intensamente a atenção dos usuários por meio de algoritmos viciantes. As conexões sociais como mediador da cultura digital perdem protagonismo e a internet se torna mais passiva, com os algoritmos fazendo a entrega dos conteúdos.

    “Acho que fomos roubados. Para um Millennial, dói saber como a internet era e o que ela se tornou. As big techs estão tentando tirar nossa autonomia. Elas querem controlar e filtrar a informação que chega na gente. Querem controlar como a gente consome, procura e busca informação. Isso é um projeto de poder”, afirma Manuela Barem, fundadora e ex-editora chefe do BuzzFeed Brasil.

    Indiretamente, Manuela destaca uma característica desenvolvida pelos Millennials criados na web: o ceticismo. Nascidos pouco antes da ascensão da web, essa geração vivenciou o “velho oeste digital” e o desenvolvimento das redes sociais — e isso resultou em uma geração que foi letrada digitalmente enquanto construía (e perdia) caminhos na rede. É uma experiência coletiva bastante diferente de quem chega na internet dos dias atuais, quando os pilares da cultura digital já estão estabelecidos. “Sinto que as novas gerações foram injustiçadas. Elas não tiverem oportunidade de entender como as coisas funcionam para sequer ser informado com o básico”, diz ela.

    A lista de artefatos digitais dos Millenials que desapareceu ou perdeu relevância é extensa. Ao olhar para os anos 2000, a fila de aposentados inclui Orkut, Fotolog, Flogão, Trama Virtual, MySpace, MSN, Blogger, Google Reader e todos os serviços de compartilhamentos de arquivos Foto: Ilustração: Carina Bessell

    Para ela, o ponto de virada na internet Millennial foi o fim do Google Reader, em 2013. O agregador de RSS foi aposentado apesar de ter uma base de usuários fiel e de ser um produto funcional — para alguns é motivo de luto até hoje. A ferramenta, no entanto, permitia a existência de uma internet descentralizada, o que nem sempre esteve alinhado com o plano de uma internet movida a engajamento. Para Inagaki, porém, há outro marco bem mais prosaico para o declínio Millennial na rede: a escolha por filmar e postar vídeos na vertical.

    A prática que ganhou força com a geração Z — e que ainda confunde alguns Millennials — foi disseminada por TikTok e Snapchat e foi transportada para o Instagram (vale sempre lembrar: o app que hoje pertence à Meta nasceu como um serviço que permitia apenas fotos quadradas). Isso simboliza a ascensão do vídeo em substituição do texto, que de certa forma, virou um nicho de comunicação dentro da internet — quantos de vocês, leitores, frequentam os corredores do Substack?

    Os números mostram essa mudança. Uma pesquisa do Pew Research Center nos EUA mostra a liderança da geração Z no uso de plataformas de vídeo. Entre pessoas de 18 a 29 anos, 63% usam o TikTok, enquanto esse número cai para 44% entre pessoas de 30 a 49 anos. A comparação para Instagram e Snapchat também mostra os Millennials atrás: 80% contra 62% para a primeira e 58% a 31% para a segunda. Nas plataformas de vídeo, há um quase empate apenas para o YouTube: 95% dos mais novos contra 92% dos mais velhos. Já o Facebook, que ainda vê predomínio de texto e fotos, tem vitória dos Millennials, com 68% para os usuários entre 18 e 29 anos contra 80% para 30-49.

    Essa mudança na preferência pelo vídeo também é refletida em pesquisas brasileiras. A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) já registrava que o uso de internet para 87,6% dos brasileiros era sinônimo de assistir vídeos. Esse número cai para 69% quando o objetivo é a leitura de jornais, notícias, livros ou revistas digitais.

    Tudo mudou

    Junto com a mudança nos formatos e no controle da rede, novos comportamentos e preferências nasceram entre as gerações mais novas. O fato de as redes sociais deixarem de ser um gráfico social e se tornarem principalmente mídia para consumo de conteúdo, coincide com a ascensão dos influenciadores e a profissionalização do ambiente digital.

    Embora os Millennials tenham inventado a selfie (sim, essa geração eternamente carregará a vergonha pelo “pau de selfie”) e tenham sido seduzidos pelo prazer da superexposição contínua, foi a internet de vídeos mediada por algoritmos que resultou na era dos influencers, hoje parte comum da internet pilotada pela geração Z.

    Com a concentração de informações em influenciadores profissionais, as respostas de chatbot de IA, a centralização em plataformas fechadas e o declínio das buscas em texto, um dos pilares da internet Millennial está ferido de morte Foto: Ilustração: Carina Bessell

    “A pessoa que quer ser um influenciador digital profissional já chega com tudo estruturado. Você tem um monte de cursos no Instagram que supostamente ensinam como você consegue usar ganchos para conseguir atrair a atenção das pessoas. Antes realmente não havia absolutamente nada disso. Essa profissionalização tem seus prós e seus contras, mas isso é o fim da romântica da internet, né?”, afirma Inagaki.

    A força dos vídeos também alterou profundamente uma prática tão comum da internet. O Google passou a perder espaço para o TikTok e outras plataformas de vídeo — o tal do “joga no Google” não é mais um movimento instintivo de quem precisa descobrir algo. “O algoritmo do TikTok é um grande símbolo dessa fase. A nova geração tem pequenas informações sobre os seus hábitos e as suas preferências registadas, que ela usa para servir conteúdos. Isso resulta na perda não apenas o aspecto mais proativo na rede, mas a própria noção de pesquisar na internet se perde”, diz Carlos Affonso Souza, professor da Faculdade de Direito da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e diretor do Instituto de Tecnologia e Sociedade (ITS).

    É uma tendência que deve aumentar ainda mais com a popularização da inteligência artificial (IA). Com os chatbots, como o ChatGPT, a relação com a web fica mais centralizada e distante dos pilares da internet Millennial. Essa transformação é encabeçada pela geração Z. Segundo o TIC Domicílios 2025, 55% dos usuários de internet do Brasil entre 16 e 24 anos já usam ferramentas de IA. Entre 25 e 34 anos, o número é de 44%. Entre 35 e 44 anos, a marca cai para 30%.

    Outra pesquisa do Pew Research Center mostrou que apenas 1% dos usuários do Google clicam em links que aparecem em resumos de IA disponibilizados pela ferramenta. O estudo, realizado em março de 2025, detectou que 58% dos usuários do Google receberam resumos de IA como resposta para as suas perguntas no buscador da gigante.

    Com a concentração de informações em influenciadores profissionais, as respostas de chatbot de IA, a centralização em plataformas fechadas e o declínio das buscas em texto, um dos pilares da internet Millennial está ferido de morte. “Há uma perda de relevância do hiperlink na internet. Os blogs eram portas de entrada para outros sites interessantes, por exemplo. Havia curadoria interessante nisso, havia uma valorização de links externos. Penso no quanto gente perde quando deixa de clicar em links externos para saber mais”, pensa Inagaki.

    É um cenário improvável para Tim Berners-Lee, que inventou o HTTP com o objetivo de permitir a transferência de informações entre páginas da web. E, talvez, isso não importe mais para a geração Z.

    a primeira troca geracional do mundo digital levanta uma questão importante. A internet é um local feito para jovens?  Foto: Ilustração: Carina Bessell

    Aceita que dói menos

    Ao longo das décadas, é normal que as novas gerações tentem destruir e se desvincular dos artefatos culturais, símbolos e expressões de quem os precedeu — a vergonha alheia que os jovens atuais sentem da calça skinny e das piadas sobre boleto não deixam mentir.

    Mas a primeira troca geracional do mundo digital levanta uma questão importante. A internet é um local feito para jovens?

    “Se internet é uma coisa para jovens, a geração que ajudou a construir a cara da internet brasileira não é mais jovem. Então, nessa troca de guarda, a geração anterior pula para algum outro lugar ou ela acessa partes da internet na qual os jovens não vão?”, questiona Souza, do ITS. Em estudo recente do Pew Research Center mostrou que entre adolescentes americanos (com idades entre 13 e 17 anos), apenas 16% frequentam o X (antigo Twitter) — a plataforma onde já pulsou a identidade Millennial na internet é o último local de preferência do grupo. Quando o TikTok é o foco, esse número pula para 68%.

    “Não acho que internet é coisa de jovem. A internet é para todo mundo, depende da plataforma, depende do uso. Existem grandes nichos para tudo”, argumenta Manuela, ex-BuzzFeed Brasil. “O jovem talvez esteja na linha de frente, experimentando mais e aparecendo mais. O jovem não dita tendências, porque muita coisa nem é orgânica, mas ele tem papel de impulsionar tendências”, afirma.

    Para Souza, há outros dois componentes importantes nessa fórmula. “Conforme uma geração envelhece, o vigor dela para produzir cultura digital tende a diminuir, e você fica mais amarrado. Se por um lado na internet cabe todo mundo, nem todos os espaços vão receber a mesma atenção. Na medida em que eu tenho uma cultura jovem e vibrante que produz conteúdo de uma nova forma, é isso que receberá atenção”, argumenta.

    Então, se o que está no “mainstream” da internet são vídeos profissionais distribuídos por algoritmos de gigantes da tecnologia em plataformas fechadas, há alguma esperança para para uma cultura digital orgânica na internet da geração Z? Certamente. Alguns dos comportamentos que surgiram entre os jovens da atualidade em oposição ao que faziam aos Millennials apontam para caminhos alternativos importantes.

    “A geração Z me parece dotada de habilidades sobre uma construção tecnológica da intimidade com um uso de redes sociais”, diz Souza. Ao contrário dos Millennials, que caminharam para a cultura do compartilhamento integral de suas vidas, as novas gerações veem isso com restrições. “Tem um primeiro olhar aqui no espelho que pode gerar um estranhamento entre gerações. A geração Z é um pouco mais cuidadosa, seletiva e detém as habilidades para saber quem é que vai ver aquilo que você está postando”, diz ele.

    Talvez, essa seja uma lição para os Millennials: é hora de desapegar do protagonismo do espaço digital — ainda que a internet tenha tomado uma rota nem tão animadora, o que nos trouxe até aqui já ficou para a história Foto: Ilustração: Carina Bessell

    “A criação daqueles perfis Dix é uma das maneiras como as novas gerações conseguiram ter um pouco mais de privacidade já que elas não conhecem um mundo sem internet”, lembra Inagaki.

    Já Manuela aponta para outra característica dos mais novos, que pode alterar os caminhos da internet. “Os Millennials têm lealdade com serviços e tendências digitais que a geração Z não tem. Eles aderem e soltam muito rápido tendências, comportamentos, plataformas. É muito rápido e muito fácil. Isso me dá esperança em relação a essa internet que tem gatekeepers”, diz ela.

    Um exemplo da lealdade Millennial ocorreu quando o Ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o bloqueio do X por 40 dias no Brasil. Parte importante dos usuários Millennials correu para tentar reconstruir suas comunidades em serviços como Bluesky e Reddit. Para Manuela, esse não é o instinto natural da geração Z, que demonstra menos apego a serviços.

    Talvez, essa seja uma lição para os Millennials: é hora de desapegar do protagonismo do espaço digital — ainda que a internet tenha tomado uma rota nem tão animadora, o que nos trouxe até aqui já ficou para a história. E esse pode não ser o melhor obituário da geração Millennial, mas é o obituário possível. Afinal, como todo Millennial, eu também estou cansado.



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