A Polícia Civil da Paraíba, por meio da Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO), deflagrou na manhã desta quarta-feira (26) a Operação Simulacro, em João Pessoa, com o objetivo de desarticular uma organização criminosa especializada em fraudes financeiras e lavagem de dinheiro em prejuízo ao Banco Votorantim S.A. e à BV Financeira.
A ação, realizada nas primeiras horas do dia, foi autorizada pela 1ª Vara Regional de Garantias, que expediu um mandado de prisão temporária, seis mandados de busca e apreensão e diversos mandados de sequestro e bloqueio de bens e valores ligados aos suspeitos. As medidas atingem contas bancárias de pessoas físicas e empresas consideradas de fachada.
A DRACO contou com apoio do GAECO/MPPB, da Delegacia de Repressão a Entorpecentes de Campina Grande (DRE-CG), do Grupo de Operações Especiais (GOE) e da Unidade de Inteligência da Polícia Civil (UNINTELPOL).
Modus operandi: feirões fictícios e financiamentos desviados
De acordo com a investigação, o esquema era liderado por um ex-gerente de produtos do Banco Votorantim e da BV Financeira. Com amplo conhecimento dos sistemas internos, ele articulava fraudes sofisticadas para desviar recursos da instituição.
O grupo atuava em duas frentes principais:
1. Feirões de veículos fictícios
Empresas de fachada eram utilizadas para simular a realização de grandes feirões automotivos. A partir dessa simulação — o “simulacro” que batiza a operação — o grupo solicitava repasses elevados destinados à organização dos eventos, que nunca aconteciam. O dinheiro, entretanto, era imediatamente desviado.
2. Manipulação de comissões e financiamentos
Os investigados também direcionavam financiamentos da BV Financeira para revendas parceiras e empresas controladas pelo grupo criminoso. Em vez de registrar as operações nos canais oficiais do banco, elas eram encaminhadas para receber comissões indevidas, que retornavam ao grupo, causando prejuízo milionário à instituição financeira.
Crimes e apreensões
As condutas investigadas se enquadram nos crimes de associação criminosa, estelionato e lavagem de dinheiro. As provas reunidas incluem relatórios de auditoria do próprio banco, documentos que demonstram a simulação de eventos e registros do COAF, que identificaram movimentações suspeitas entre os integrantes do esquema.
Durante o cumprimento dos mandados, a Polícia Civil apreendeu veículos, relógios de luxo e bloqueou valores de contas bancárias ligadas aos suspeitos, medidas que visam assegurar o futuro ressarcimento do dano causado à instituição financeira.
Investigações seguem em andamento
Em nota, a DRACO afirmou que a operação reforça o compromisso da Polícia Civil da Paraíba no combate ao crime organizado e ao desvio de recursos financeiros. As investigações continuam para aprofundar as responsabilidades e identificar todos os envolvidos no esquema.
Redação


