O câncer é hoje uma das principais causas de morte no mundo. Só no Brasil, segundo o Instituto Nacional de Câncer (INCA), a estimativa é de 704 mil novos casos por ano até 2025. Em meio a esse cenário desafiador, o oncologista paraibano Kaique Almeida apresentou a CancerTalk no 12º Congresso Todos Juntos Contra o Câncer (TJCC), realizado em São Paulo, um dos maiores encontros de oncologia da América Latina.
A iniciativa surgiu a partir da vivência clínica do médico e da percepção de uma lacuna fundamental: a falta de informação acessível para quem enfrenta a doença. “Muitas vezes, a maior dificuldade não é apenas o tratamento em si, mas lidar com a ausência de informações claras e confiáveis”, destacou Almeida
Foi para preencher esse vazio que nasceu a CancerTalk, uma plataforma digital que alia ciência, experiência médica e linguagem humanizada. O objetivo é aproximar conhecimento e sociedade, ajudando pacientes e familiares a compreenderem melhor o diagnóstico, os efeitos do tratamento e as formas de manter qualidade de vida durante a jornada oncológica.
Conteúdo multidisciplinar e comunidade de apoio
A força da CancerTalk está no caráter coletivo e interdisciplinar. Mais de 25 profissionais de diferentes áreas — entre oncologistas, nutricionistas, psicólogos, fisioterapeutas, dentistas, enfermeiros, advogados em saúde e fonoaudiólogos — colaboram na produção de conteúdos. Hoje, a plataforma já reúne 80 aulas organizadas em sete módulos, que vão desde a compreensão do diagnóstico até a vida após o tratamento.
Além do conteúdo técnico em vídeos e minicursos, há também uma comunidade de apoio on-line, onde pacientes e cuidadores compartilham experiências, dividem dúvidas e recebem acompanhamento da equipe. Essa rede de acolhimento, segundo Almeida, ajuda a reduzir a sensação de isolamento e a fortalecer vínculos fora do ambiente hospitalar.
Visibilidade e reconhecimento
Apresentar o projeto no TJCC deu à CancerTalk uma visibilidade inédita. O congresso, que reúne especialistas, gestores e pacientes de toda a América Latina, foi um espaço para mostrar que a comunicação em saúde não é um detalhe, mas uma necessidade central no cuidado do câncer. “Recebemos retornos muito positivos. Os especialistas destacaram a inovação de unir ciência e linguagem acessível, e pacientes valorizaram a humanização do conteúdo”, relatou o oncologista.
Antes do TJCC, a plataforma já havia sido apresentada em Natal, durante um painel sobre empoderamento do paciente, reforçando a proposta de colocar a informação como ferramenta de protagonismo na jornada contra o câncer.
Expansão e próximos passos
O projeto segue em expansão. Entre as novidades está a CancerTalk TV (CTTV), que vai oferecer programas digitais e televisivos em formatos leves e educativos, como o quadro Mito ou Verdade e o Oncologista na Cozinha. A ideia é tornar a comunicação em saúde ainda mais acessível.
Paralelamente, foi criado o Instituto CancerTalk, voltado para ações sociais e educativas, com foco em populações que muitas vezes ficam à margem do cuidado oncológico. A produção de conteúdos em inglês e espanhol também está no radar, ampliando o alcance para além das fronteiras brasileiras.
Informação como ferramenta de autonomia
Mais do que transmitir conhecimento, a CancerTalk quer transformar a experiência do paciente. “Quando a informação é clara e confiável, o paciente se torna protagonista, participa das decisões, compreende melhor os tratamentos e enfrenta cada etapa com mais segurança”, concluiu Kaique Almeida.
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