Uma articulação eleitoral na Paraíba para as eleições de 2026 se tornou um dos principais entraves à tramitação da anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a demais condenados pelos atos golpistas de 8 de janeiro.
Motta negocia com o PT um acordo regional que prevê apoio conjunto à candidatura do atual vice-governador Lucas Ribeiro (PP) ao governo do estado. O entendimento incluiria ainda o respaldo à candidatura ao Senado de Nabor Wanderley (Republicanos), prefeito de Patos e pai do deputado, considerado o principal projeto político da família para 2026.
Segundo aliados de Hugo e integrantes da oposição, esse arranjo político ajuda a explicar a resistência do parlamentar em abraçar a pauta da anistia. Pesquisas indicam que o eleitorado paraibano mantém apoio majoritário ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), o que reforça o receio de Motta de comprometer a aliança local caso se posicione a favor de Bolsonaro.
A cautela se reflete em declarações públicas. Nesta semana, o presidente da Câmara afirmou que “não há previsão nem de pauta e nem de relator” para a proposta de anistia, sinalizando que o tema não deverá avançar no curto prazo sob sua gestão.
