O Brasil está doente. Os dois maiores líderes políticos do país: um foi condenado por corrupção sistêmica, outro por tentativa de golpe de Estado. Mesmo assim, metade do país defende os dois como modelos para conduzir a nação.
Não existe nada a comemorar. Os líderes políticos mais populares do país têm mais processos do que propostas, dividem mais do que juntam, polarizam mais do que unem.
O Brasil perdeu o meio de campo do bem comum. Não conseguimos concordar sobre liberdade de expressão, devido processo legal e tantos outros direitos básicos. Cada grupo constrói sua narrativa para vencer o oponente como torcidas de futebol.
Enquanto isso o Brasil se torna um país economicamente estagnado, sitiado pelo crime organizado, com um Estado disfuncional e uma sociedade civil enfraquecida. O país está doente e piorando, especialmente para os mais pobres.
Onde está o projeto de nação? Como vamos endereçar as grandes questões nacionais? Onde estão os estadistas que conseguem romper o ódio e propor um horizonte de bem para todos?
A doença do Brasil é sistêmica. A falta de virtudes cívicas, a normalização do crime e do jeitinho, a parcialidade e frouxidão na aplicação da lei estão cobrando seu preço. E quem tem esperança de dias melhores?
As palavras do salmo 82 ecoam: “Garantam justiça para os fracos e para os órfãos; mantenham os direitos dos necessitados e dos oprimidos. Livrem os fracos e os pobres; libertem-nos das mãos dos ímpios. (…) Levanta-te, ó Deus, julga a terra, pois todas as nações te pertencem”.
Anderson Paz