A política de Campina Grande volta a girar em torno das movimentações do prefeito Bruno Cunha Lima e do deputado estadual Tovar Correia Lima. A relação entre os dois, marcada por tensões e desconfianças, ganhou novos capítulos nesta semana, reacendendo debates sobre lealdade e recompensas na arena eleitoral.
No ano passado, durante o período pré-eleitoral, pairava no ar uma dúvida significativa: Tovar permaneceria ao lado de Bruno na disputa pela reeleição? Reservadamente, o deputado expressava insatisfação com os rumos da gestão e chegou a admitir a aliados que não tinha mais condições políticas de sustentar o apoio ao prefeito.
Às vésperas da convenção, no entanto, Tovar foi convencido a subir no palanque. Fez discurso, pediu votos e contribuiu diretamente para a vitória de Bruno. O gesto alimentou a expectativa de que o deputado seria contemplado com uma pasta estratégica na administração municipal, fortalecendo sua visibilidade e musculatura política com vistas à renovação do mandato na Assembleia Legislativa, em 2026.
O que se viu, porém, foi um cenário distinto. Nesta quarta-feira (3), o vereador Rafafá, histórico aliado de Tovar em eleições passadas e apontado como um dos possíveis cabos eleitorais de seu projeto de reeleição, anunciou publicamente que apoiará a primeira-dama de Campina Grande, Juliana Cunha Lima, na corrida por uma vaga na Assembleia Legislativa.
A decisão deixou Tovar em situação delicada. Ele venceu a última eleição com margem apertada e agora precisa encontrar novas estratégias para garantir sobrevida política. Enquanto isso, nas conversas de esquina do Calçadão da Cardoso Vieira, em Campina Grande, a leitura popular ecoa com ironia: “Esse é o pagamento que Bruno deu a Tovar por votar na sua reeleição.”
Mais do que um episódio isolado, o caso revela a complexidade das alianças políticas na cidade e acende alerta sobre o custo, e o valor real, da lealdade dentro de projetos eleitorais.
Por Bruno Lira