Nos bastidores da classe política paraibana, já são consideradas irreversíveis as candidaturas do prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena e do atual vice-governador da Paraíba, Lucas Ribeiro, para o cargo de governador.
Em abril de 2026, enquanto um assume, o outro renuncia. Lucas terá a doce missão de jogar com a caneta na mão para tentar, assim como Ricardo Coutinho, lá em 2014, fazer valer nas urnas a aprovação do governo que representará.
Já Cícero, também como Ricardo Coutinho, lá em 2010, buscará fazer valer o clamor da cidade que lhe aprovou e disputar o governo. Aliás, um sonho que acalenta desde 1994 e que cedeu por três oportunidades, a última delas inclusive, a contragosto, para o próprio Ricardo.
Os palanques de ambos já andam bem encaminhados com os líderes dos grandes e médios municípios da Paraíba, que terá uma das eleições mais acirradas dos últimos tempos com uma disputa eletrizante deverá ficar polarizada entre essas duas candidaturas, mas com o senador Efraim Morais Filho tendo o papel decisivo de garantir o segundo turno e, caso não consiga o milagre político de chegar nele, quem sabe poder decidi-lo, como fez Vital do Rêgo em 2014.
Para alcançar algum dos dois objetivos – ir ao segundo turno ou decidi-lo – Efraim, no entanto, terá que combinar tudo com Marcelo Queiroga e com os bolsonaristas que lhe darão sustentação. O jogo é melindroso.
Nas últimas semanas, enquanto Efraim mantém sua estratégia de fazer a defesa de Jair Bolsonaro, tanto Lucas, quanto Cícero, conseguiram apoios expressivos do ponto de vista de densidade eleitoral e é isso que, inevitavelmente, nos leva a acreditar na polarização. Já Efraim, apesar de consolidado na bolha direitista na Região Metropolitana e em Campina Grande, apresenta dificuldades de acompanhar o mesmo ritmo de adesões no interior. Pensam as lideranças interioranas que “em eleição feio é perder”. E temem bastante a derrota.
Como resumiu o jornalista e um dos maiores escritores do anedotário político brasileiro, Sebastião Nery: “Eleição significa traição”.
“Alea iacta est” – A sorte está lançada!
A campanha oficialmente só se inicia com as convenções de agosto do próximo ano e, sobretudo, após a propaganda eleitoral, onde a confirmação da tendência do eleitor ficará mais clara a partir desse período, mas os sinais já estão dados com as pré-candidaturas que estão postas atualmente, inclusive a do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Adriano Galdino, que só deve se viabilizar com uma improvável desistência de Cícero Lucena. Conforme ambos já confirmaram, existe um “jogo combinado” entre os dois para enfrentar Lucas Ribeiro.
Eleição é guerra. De vida ou morte. De extermínio. Muitas vezes de vale tudo, guerra suja mesmo, porque eleição é para quem tem nervos de aço. Como todas as guerras. E, como em todas, também só há dois lados: o dos ganhadores e o dos perdedores.
O cenário político futuro, de fato, será dramático para o lado que for derrotado em 2026.
Se preparem para essa guerra em breve e não se surpreendam com nada do que vão assistir, porque eleição é tempo de intrigas, conchavos inesperados, reviravoltas e surpresas de última hora.
Façam suas escolhas e suas apostas.
Como diria Lulu Santos, na canção ‘Como uma onda’: “Nada do que foi será, de novo, do jeito que já foi um dia”.
Esperar pra ver.
Ytalo Kubitschek