O depoimento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) ao Supremo Tribunal Federal (STF), no processo que investiga uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022, gerou reações opostas entre vereadores de João Pessoa.
A vereadora Eliza Virgínia (PP) saiu em defesa de Bolsonaro e afirmou que ele sai fortalecido do processo. Segundo ela, as acusações não se sustentam. “Cadê as provas? Não existem. Sem prova não pode haver condenação”, disse. Para Eliza, os depoimentos demonstram que não houve articulação golpista. “A chamada minuta do golpe não passa de uma ‘minuta do Google’. Estão tentando criminalizar um grupo político por perseguição.”
Ela ainda destacou que os generais optaram pelo silêncio por não haver fatos concretos. “Não existe trama, não existem provas de conluio. Todos os réus mantêm versões coerentes. A verdade está vindo à tona.”
Já o vereador Marcos Henriques (PT) criticou duramente a postura de Bolsonaro, classificando-o como “covarde” ao ser interrogado pelo ministro Alexandre de Moraes. Ele comparou a conduta do ex-presidente à de Lula (PT), quando este enfrentou as acusações da Lava Jato. “Um é culpado, o outro é inocente. Lula enfrentou Moro; Bolsonaro, aquele leão, virou um gatinho”, ironizou. Henriques também apontou incoerência no convite feito por Bolsonaro a Moraes para ser seu vice, mesmo estando inelegível.
O depoimento de Bolsonaro integra a fase final da instrução do processo que apura os atos golpistas de 8 de janeiro de 2023. A Procuradoria-Geral da República (PGR) acusa o ex-presidente e aliados de tentar abolir o Estado Democrático de Direito, promover golpe de Estado, integrar organização criminosa e causar danos ao patrimônio público.
Caso condenado, Bolsonaro pode enfrentar mais de 20 anos de prisão e ter sua inelegibilidade ampliada. O caso será julgado pela Primeira Turma do STF.
