O recente acordo mineral firmado entre Estados Unidos e Ucrânia não inclui nenhum tipo de garantia de segurança ou compromisso militar por parte dos norte-americanos. A afirmação foi feita pelo Secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, nesta quarta-feira (21/5), em uma audiência no Comitê de Relações Exteriores da Câmara dos Deputados.
Segundo Rubio, a colaboração entre os países permanece centrada em aspectos econômicos e estratégicos, especialmente no desenvolvimento da economia ucraniana, e não envolve o envio de tropas ou proteção militar formal. “Não há garantias militares, correto”, respondeu ele, ao ser questionado sobre o conteúdo do acordo assinado em 30 de abril.
O pacto prevê a criação de um fundo de investimento que servirá como canal principal para recursos destinados à reconstrução e modernização econômica da Ucrânia. A iniciativa visa, ainda, aprofundar a parceria estratégica entre os dois países em áreas-chave como tecnologia, mineração e energia.
Acordo, bate-boca e atrasos
- Ucrânia e Estados Unidos tentam concretizar o acordo sobre recursos naturais desde janeiro, quando o presidente norte-americano, Donald Trump, retornou à Casa Branca.
- Na época, a expectativa era que o líder ucraniano, Volodymyr Zelensky, fechasse o acordo durante viagem a Washington em fevereiro, porém um bate-boca com Trump no Salão Oval mudou o rumo da conversa.
- Zelensky questionou Trump sobre as garantias de segurança, mas, inicialmente, o norte-americano se recusou a oferecê-las à Ucrânia.
- Durante um longo período, Volodymyr seguiu firme na retórica de que não pretendia “vender seu país” aos EUA.
- Diante da discussão, a concretização da assinatura ficou suspensa. O ucraniano deixou Washington sem assinar o acordo de exploração de minerais ucranianos com Trump.
- Em outra ocasião, Donald Trump indicou de US$ 350 a US$ 500 bilhões para ter acesso aos recursos naturais. Zelensky, porém, rejeitou a ideia.
Tal fundo será liderado por Washington, com participação de empresas americanas em operações de extração e processamento em território ucraniano. Parte dos lucros será reinvestida em infraestrutura local, e o governo dos Estados Unidos assegura que os recursos não serão utilizados para compensar a ajuda militar já prestada à Ucrânia, desde o início da guerra com a Rússia, em 2022.
O acordo, já ratificado pelo líder ucraniano Volodymyr Zelensky, após aprovação parlamentar, marca um novo passo na tentativa de reconstrução econômica da Ucrânia em meio à guerra.
Apesar do contínuo apoio financeiro e logístico à Ucrânia, Rubio destacou a necessidade de uma saída diplomática para o conflito. “Fornecemos uma quantidade extraordinária de assistência à Ucrânia, mas esta guerra agora precisa acabar. Não há solução militar para esta guerra. Ela só termina em uma solução negociada”, afirmou.
O Secretário também frisou que o auxílio prestado à Ucrânia será rigidamente monitorado. “Toda a nossa ajuda será analisada. Se algum dia identificarmos apropriação indébita ou movimentação de recursos, certamente resolveremos o problema.”