A Rússia proibiu nesta segunda-feira (19/5) todas as atividades da Anistia Internacional em seu território. O anúncio foi feito pela Promotoria-Geral do país, que classificou a organização como uma “organização indesejável”. A decisão foi tomada com base na legislação russa, que autoriza o banimento de instituições consideradas uma ameaça à segurança nacional.
O Ministério Público russo declarou que o escritório da Anistia Internacional funciona como um “centro de preparação de projetos russofóbicos globais”, além de alegar que a ONG promove ampla defesa ucraniana, além de “fazer todo o possível para intensificar o confronto militar na região”.
“Eles justificam os crimes dos neonazistas ucranianos, pedem um aumento em seu financiamento e insistem no isolamento político e econômico de nosso país”, declarou o procurador-geral.
A Anistia Internacional, que atua globalmente na defesa dos direitos humanos, vinha denunciando sistematicamente a repressão política na Rússia, especialmente após o início da guerra na Ucrânia, em 2022. A ONG criticou abertamente prisões arbitrárias, censura, perseguição a opositores e o uso da força contra manifestantes. Em resposta à decisão, a entidade afirmou que continuará monitorando e denunciando violações, mesmo fora do país.
A classificação de “organização indesejável” é uma ferramenta legal usada pelo Kremlin desde 2015 para eliminar a presença de entidades estrangeiras consideradas hostis. Desde então, mais de 150 instituições já foram incluídas na lista, entre os quais veículos de imprensa, ONGs e fundações de promoção da democracia.
A organização ainda não se manifestou publicamente sobre a decisão.
Regularmente, o Kremlin designa organizações que, sob a visão do governo russo, ferem sua segurança nacional como “indesejáveis”. A decisão implica o encerramento imediato de qualquer operação da organização em solo russo, bem como a possibilidade de punições legais para cidadãos que colaborem com ela.
