O Ministério da Agricultura e Pecuária confirmou nesta sexta-feira (16) o primeiro caso de influenza aviária de alta patogenicidade (H5N1) em uma granja de aves comerciais no Brasil, localizado no município de Montenegro, no Rio Grande do Sul. A cidade tem cerca de 64 mil habitantes e agora está em situação de emergência zoossanitária por 60 dias, decretada pelo ministro Carlos Fávaro.
Essa é a primeira vez que o vírus é detectado em aves de produção comercial no país, o que pode acarretar embargos internacionais à exportação de produtos avícolas brasileiros. O Brasil é o maior exportador mundial de carne de frango e vinha registrando até então casos apenas em aves silvestres desde maio de 2023.
O Mapa informou que já iniciou as ações previstas no plano nacional de contingência, com foco em conter e erradicar o foco da doença. Um raio de 10 quilômetros ao redor da granja afetada foi estabelecido como área de vigilância, podendo ser ajustado conforme as investigações avançam.
A Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA) e parceiros comerciais do Brasil já foram oficialmente comunicados. Em situações anteriores, como no surto registrado no Espírito Santo em 2023 (em uma criação não comercial), países como o Japão suspenderam as importações da região afetada.
Apesar da gravidade sanitária, o ministério reforça que não há risco no consumo de carne de frango ou ovos. A transmissão do vírus ocorre em situações de contato direto com aves infectadas, principalmente entre trabalhadores do setor avícola.
Outro foco de atenção foi identificado no Parque Zoológico de Sapucaia do Sul, a cerca de 50 km de Montenegro, onde 38 aves, incluindo cisnes e patos, morreram na última terça-feira (13). O parque foi fechado preventivamente e amostras estão sendo analisadas. A previsão é que as visitas públicas sejam retomadas neste sábado (17), dependendo da evolução do monitoramento.
O vírus H5N1 vem se espalhando por diferentes espécies e países nas Américas. Nos Estados Unidos, casos foram detectados em gado leiteiro em 2024. Já na Argentina e no Chile, leões-marinhos infectados foram encontrados, alguns com óbito.
No Brasil, o serviço veterinário nacional tem adotado medidas preventivas desde os primeiros sinais da doença em aves silvestres, com monitoramento constante, vigilância epidemiológica e capacitação técnica. A gripe aviária continua sendo monitorada como uma ameaça sanitária e econômica, mas, até o momento, está sob controle no setor produtivo.
PB Agora