Em meio às tradicionais festas juninas que se avizinham, a cidade de Queimadas, no Agreste paraibano, se destaca com uma proposta que vai além do entretenimento: a valorização prática da cultura nordestina. Com uma iniciativa que se diferencia das demais, o município promove um festival de trios forró que não apenas exalta a tradição, mas também incentiva financeiramente os artistas locais e regionais.
Enquanto muitas cidades investem em grandes atrações nacionais ou em bandas de forró com apelo mais moderno, Queimadas escolheu um caminho autêntico: fortalecer as raízes culturais do povo paraibano. A cidade, sob a gestão da prefeita Delúsia Barros, tem dado continuidade a um projeto que se firmou ao longo dos anos, a partir da gestão do ex-prefeito Carlinhos de Tião, como referência na promoção da cultura popular.
O Festival de Trios de Forró de Queimadas, edição 2025, reúne mais de 40 trios de forró vindos de diversas regiões da Paraíba — do Litoral ao Sertão, passando pelo Cariri e pelo próprio Agreste. Realizado ao longo de quatro finais de semana, o evento conta com etapas eliminatórias, transmissão ao vivo e total suporte da gestão municipal, incluindo premiação em dinheiro, o que garante não apenas visibilidade, mas também valorização concreta do trabalho dos artistas.
A proposta convida à reflexão: por que não expandir esse modelo para outros municípios? Queimadas mostra que é possível ir além do discurso e aplicar políticas públicas que, de fato, incentivem a cultura popular. Um festival estadual com etapas regionais poderia ser um importante instrumento de valorização da arte nordestina, especialmente do tradicional forró pé-de-serra, que é identidade do povo paraibano.
Com esse exemplo, Queimadas dá uma verdadeira aula de gestão cultural. E mais que isso: faz a Paraíba refletir sobre o verdadeiro significado de apoiar a cultura. Afinal, valorizar o artista local não deve ser apenas uma fala bonita em palanque, mas uma prática contínua, com reconhecimento, estrutura e investimento.
Por Bruno Lira