A Anac (Agência Nacional de Aviação Civil) identificou irregularidades no processo de vistoria de importação do avião que caiu em São Paulo nesta sexta-feira (7). O relatório com as inconformidades foi enviado ao responsável pela documentação um dia antes do acidente.
De acordo com a Anac, a comunicação sobre essas irregularidades faz parte dos procedimentos de rotina e do processo legal. A aeronave foi importada em novembro do ano anterior, conforme registrado no documento.
No momento da queda, a situação de aeronavegabilidade estava regular, e o Certificado de Verificação de Aeronavegabilidade estava ativo, com validade até o final de 2025.
O comunicado da Anac revelou três inconformidades encontradas na documentação de importação apresentada pela agência:
- “Inconformidade 1: Divergências entre o Laudo de Vistoria e o equipamento ADC na tela da estação”;
- “Inconformidade 2: Laudo de Vistoria aponta necessidade de verificar a não aplicação dos limpadores de para-brisa declarados como instalados”;
- “Inconformidade 3: Mapa de Modificações não apresenta a alteração por STC SP00400SE: Instalação de diversos modelos de aquecedores elétricos de hélices.”
Quando questionada sobre o significado dessas inconformidades, a Anac não forneceu detalhes e reafirmou que a investigação do acidente está sendo conduzida pelo Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), que irá reunir os dados necessários, incluindo informações sobre a manutenção da aeronave.
O acidente de avião em SP vitimou o gaúcho Márcio Carpena, meu professor 15 anos atrás na faculdade de Direito. Minha solidariedade à sua Mãe Graça, à sua esposa, filhas e a toda família. Que Deus os conforte e ampare 🙏🏻. pic.twitter.com/Fkqd3unVR9
— Mariana Lescano (@polmarilescano) February 7, 2025
A agência acrescentou que enviou, no dia 6 de fevereiro de 2025, uma notificação ao Profissional Credenciado em Aeronavegabilidade (PCA), que atestou a conformidade da aeronave no momento de sua importação, realizada em 24 de novembro de 2024.
“A vistoria, um procedimento de segurança, assegura que a aeronave esteja em conformidade com seu projeto original”, afirmou a Anac.
A aeronave que caiu era um King Air F90, fabricado em 1981, com capacidade para até oito pessoas. A compra foi feita pela Máxima Inteligência Operações Estruturadas LTDA em dezembro. O voo decolou do aeroporto Campo de Marte às 7h17 e percorreu aproximadamente 4 km antes de cair na avenida Marquês de São Vicente, na zona oeste de São Paulo. O advogado Márcio Louzada Carpena e o piloto Gustavo Medeiros faleceram no acidente.
A seguir, veja a íntegra da nota da Anac:
Os registros de manutenção realizados na aeronave acidentada encontram-se na posse do operador e da organização de manutenção que realizou o serviço.
Quando necessária manutenção, a aeronave deve ser encaminhada aos cuidados de entidade de manutenção certificada. A organização de manutenção registra todos os procedimentos realizados em sua documentação interna e na documentação da aeronave, que fica na posse do operador.
A investigação do acidente está a cargo do Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa), órgão que levantará, entre as informações necessárias para esse trabalho, os dados referentes à manutenção da aeronave.
Informamos que a Anac enviou, na data de ontem (6/2/2025), comunicado ao Profissional Credenciado em Aeronavegabilidade (PCA) responsável por atestar a conformidade do equipamento no momento de sua importação dos Estados Unidos, em 24/11/2024. Esta vistoria, que é um procedimento de segurança, garante que determinada aeronave está de acordo com seu projeto original.
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